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PROIBIDO TRAZER OFERTA
Êxodo 36.2-7


“PROIBIDO TRAZER OFERTA” é um título curioso para este esboço de sermão, mas foi exatamente isso que aconteceu, e vale a pena analisar este momento bíblico.

Pano de Fundo Histórico: Antes de seguirem viagem à Terra Prometida, Deus ordenou ao povo trazer ofertas para a construção do Tabernáculo. A resposta do povo foi tão generosa que trouxeram mais do que era necessário, por isso, por ordem de Moisés, foi proibido trazer oferta.

Quais FATORES estavam presentes neste evento tão singular?

1) A VOZ DE DEUS (Cap. 35.4-5)
2) RESPONSABILIDADE (Cap. 36.2)
3) TRANSPARÊNCIA (Cap. 36.5-7)


1) A VOZ DE DEUS (Cap. 35.4-5)

Enquanto o povo saia do cativeiro do Egito, Deus ordenou que eles pedissem tesouros aos egípcios como uma forma de indenização pelos anos de trabalho escravo (Ex 11.1-2).

Agora Deus diz ao povo que traga uma parte destas riquezas para construir o Tabernáculo (Ex 35.4-9).

É sempre assim, primeiro Deus supre, depois Ele pede que consagremos uma parte deste suprimento à sua obra. Deus jamais nos pede algo que não temos para dar, algo que Ele mesmo já não tenha nos dado antes.

Tudo é Dele, por Ele e para Ele. Por isso, quando Deus fala, o seu povo é generoso.

“Quem é de Deus ouve a voz de Deus” (João 8.47).

Deus supre as famílias da igreja para que elas supram a sua obra. Todo mundo sai ganhando, pois uma igreja ativa e saudável é bênção para estas mesmas famílias… e para outras que se achegarão a um lugar de adoração genuína e saudável.

“A alma generosa prosperará e aquele que atende também será atendido.” Provérbios 11:25


2) RESPONSABILIDADE (Cap. 36.1-2)

“Assim trabalharam Bezalel e Aoliabe, e todo o homem sábio de coração, a quem o SENHOR dera sabedoria e inteligência, para saber como haviam de fazer toda a obra para o serviço do santuário, conforme a tudo o que o SENHOR tinha ordenado. Então Moisés chamou a Bezalel e a Aoliabe, e a todo o homem sábio de coração, em cujo coração o Senhor tinha dado sabedoria; a todo aquele a quem o seu coração moveu a se chegar à obra para fazê-la.”

Os recursos trazido pelo povo foram entregues nas mãos de pessoas capacitadas, sábias e inteligentes, que sabiam como fazer a obra do jeito que o SENHOR tinha ordenado.

Deus dá os recursos e, também, nos dá sabedoria para utilizá-los na Sua obra.

Simples, né? Pessoas assim não desperdiçam os recursos da igreja, não precisam ficar refazendo o que foi mal-feito, não depredam, não gastam além do necessário etc.

Quando o povo vê que suas ofertas estão sendo usadas desta maneira, ele se torna generoso. Em outras palavras, dá gosto trazer uma oferta para a igreja quando tudo está funcionando conforme a vontade de Deus.


3) TRANSPARÊNCIA (Cap. 36.5-7)

“E falaram a Moisés, dizendo: O povo traz muito mais do que basta para o serviço da obra que o Senhor ordenou se fizesse. Então mandou Moisés que proclamassem por todo o arraial, dizendo: Nenhum homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais, porque tinham material bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava.”

Eu fico me perguntando como seria hoje. Será que alguma igreja seria capaz de proibir trazer oferta por que já tem recursos sobrando? Ou iriam inventar alguma coisa onde gastar?

O princípio é simples: TRANSPARÊNCIA.

Se a igreja fez uma campanha para missões, envie os recursos arrecadados para missões.
Se fez uma campanha para ação social, gaste em ação social.
Se faz uma campanha para comprar um imóvel, compre o imóvel.

No entanto, quando os recursos forem suficientes, proíba trazer oferta para aquele assunto.

É falsa, antibíblica e absurda aquela frase que diz: “Meu papel é ofertar, para onde vai o dinheiro não é problema meu”.

Em toda a Palavra, quem lidou com o dinheiro do templo (no Antigo Testamento) e das igrejas (no Novo) SEMPRE PRESTOU CONTAS, tim-tim por tim-tim.

Transparência é:

  • Manter-se firme no propósito original (destinar os recursos para aquilo que foi pedido).
  • Prestar contas de tudo que foi feito com estes recursos.
  • Saber a hora de proibir trazer oferta.
NOTA (1):
Frequentemente tenho visto igrejas com sérios problemas financeiros e fico me perguntando os motivos de tal situação. Vou listar aqui algumas das minhas desconfianças:
  • Igrejas que foram abertas pela vontade humana, não pela vontade de Deus.
  • Igrejas que foram abertas pela vontade de Deus, mas estão se desviando do Caminho da Verdade.
  • Igrejas que não têm paz interior (marcadas por constantes e profundos conflitos).
  • Igrejas que os líderes forçam o povo a doar, forçam seus obreiros, forçam o dízimo e as ofertas, ameaçam quem não contribui, chegam até mesmo a (supostamente) amaldiçoar os que não contribuem (Leia o estudo: Maldição não existe).
  • Igrejas irresponsáveis com os recursos trazidos pelo povo (desperdícios, depredação, luxo e ostentação).
  • Igrejas não transparentes (o povo não sabe para onde vai o dinheiro, o orçamento é “secreto”).
NOTA (2):
Por outro lado, ter o cofre cheio não significa, necessariamente, que tal igreja está de bem com a Palavra e com a vontade de Deus, pois, EM MUITAS IGREJAS, grande parte destes recursos geralmente é arrancada à força das pessoas por meio de falsas doutrinas, manipulações e ameaças.
NOTA (3):
Quem é espiritual discerne as coisas espirituais.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

CONCLUSÃO

Então, quando o povo de Deus ouve a voz de Deus e a igreja é responsável e transparente, NÃO FALTAM RECURSOS PARA A OBRA DE DEUS.

E quanto a você, tem ouvido a voz de Deus, você tem abençoado a obra de Deus?
E quanto à sua igreja, tem sido responsável e transparente?

 

Título: Proibido trazer oferta
Autor: Pr Ronaldo Franco
Data: 11/11/2021

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Proibido trazer oferta

1 comentário em “Proibido trazer oferta”

  1. “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama quem dá com alegria” (2 Co 9.7).

    Deus ama quem contribui voluntariamente e com amor e alegria ao ofertar. Doação obrigatória, feita por lei, por pressão social, por coação, por ameaça, por chicote emocional, não é amor.

    “O SENHOR dera habilidade e inteligência…o SENHOR tinha posto[no] coração…o impeliu a se chegar à obra para fazê-la” (Ex 36.1,2). O SENHOR começa e é nosso dever responder positivamente. Quando abrimos nosso coração ao SENHOR, a boa vontade se instala em nós e tudo flui maravilhosamente. Doação sem amor, feita sob intenção escusa, não produz benção. A Bíblia nos diz que primeiro Deus chama e dá o dom. E depois espera nossa resposta. Se for positiva, obramos para Deus. E se for negativa, obramos para o inimigo. Cada decisão tem suas consequências.

    Aquele que vai ser mestre, por exemplo, nos planos divinos, recebe no seu coração uma vontade imensa de estudar e aprender da Palavra. E depois, as “circunstâncias” da vida lhe dão oportunidades para pregar e ensinar. Isso não é o acaso. É a mão de Deus agindo anonimamente por trás das circunstâncias. Assim é com todo dom que Deus dá à Igreja.

    “Não te faças negligente para com o dom que há em ti” (1 Tm 4.14a).Se o negarmos, Deus agirá. Dom que Deus nos dá para usá-lo na Sua obra causa benção, mas se o usarmos no mundo, aí a mão de Deus pode pesar.

    Observemos que Deus não impôs aos israelitas, mas pediu ofertas voluntárias após dar as capacidades. Assim também conosco hoje na era da igreja.

    “Tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou ao que ensina, esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta, faça-o com dedicação; O QUE CONTRIBUI,COM LIBERALIDADE; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia com alegria” (Rm 12.6-8).

    Um sinal de problema hoje é que se observa algo curioso, um sintoma, em algumas igrejas: após anos e anos de contribuição intensa, sob muitas campanhas, vários líderes estão como que meio milionários e a igreja melhorou pouco e o próprio povo continua na mesma ‘pindaíba’, isto é, pobre, ignorante da Bíblia e manipulado. Isso não é obra de Deus!

    Esses líderes, usando ilicitamente a Palavra, deturpando-a para chicotear, amedrontar e ameaçar o povo, caso este não lhes obedeçam, obrigam o povo a contribuir com quanto eles querem. Tal coisa é pecado e não é pastorear o povo de Deus! É agir “por sórdida ganância…como dominadores dos que vos foram confiados” (1 Pe 5.2,3). Deus há de julgar a esses maus líderes!

    Décadas atrás, por mão divina, descobri que dois líderes de igreja, um era pastor e outro era tesoureiro, por anos fazendo campanhas financeiras, estavam há muito tempo tirando parte do dinheiro arrecadado e dividindo entre si. Foi um escândalo! A igreja não crescia, não se desenvolvia, o povo, apesar de muito contribuir, não era beneficiado, não crescia espiritualmente por causa de doutrinas heréticas do tipo: ‘dê dinheiro para Deus, faça seu sacrifício, e será abençoado’. Resultado: o povo desanimado parou de contribuir, muitos foram embora da igreja e esta acabou fechando as portas.

    “O amor do dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Tm 6.10). O SENHOR sabe o que faz!

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