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Estudos Especiais em I Coríntios preparados pelo Rev Silas Matos Pinto
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2º – EFEITOS DA GRAÇA DE DEUS NO CRENTE

Cap. 1.4-9 – “Sempre dou graças a {meu} Deus a vosso respeito, a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus; porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor”.

No dia 11 de setembro, dois aviões bateram em duas torres de um edifício chamado World Trad Center, nos Estados Unidos. O mundo assistiu, estarrecido, tamanha demonstração de maldade e desvalorização da vida de milhares de pessoas. Foi um ato terrorista bárbaro e cruel que afetou a história do povo americano. Barreiras ante terrorista foram colocadas em todas as saídas e entradas daquele país. O medo de novos atentados se espalhou. Estrangeiros do mundo inteiro passaram a ser vistos como inimigos potenciais. Esse foi o efeito do terror.
Nosso estudo não fala de terroristas e muito menos de medo. Fala dos efeitos, nos homens, de uma ação espetacular de Deus que revela todo o seu amor para com a raça humana. Muitas vezes nos vemos boquiabertos com alguma ações de pessoas, seja para o bem ou para o mal. Não conseguimos compreender a dimensão e a profundidade dos sentimentos humanos e as motivações que os levaram a agir como agiram. Se não conseguimos entender o homem, muito menos teremos condições de compreender um Ser perfeito em todos os sentidos, completo e ilimitado em seu poder e completamente santo, desprovido de qualquer motivação para o mal e absolutamente motivado para tudo o que é bom e reto. Esse ser tão poderoso e perfeito é Deus. É o Deus que precisa ser conhecido para ser adorado corretamente.
Já que Se não conseguimos compreender a Deus, podemos, então, estudar os efeitos de Suas ações nos seres que criou e amou. Esse é o tema de nosso estudo:OS EFEITOS DA GRAÇA DE DEUS NA VIDA DOS CRENTES.
Como homens nós somos naturalmente negociantes. Negociamos o beijo que damos na esposa, pois de alguma maneira esperamos um outro carinho em troca; Negociamos a amizade, pois nos momentos de crise cobramos a presença do amigo entendendo que ele tem a obrigação de nos ajudar em toca de nossa amizade; Negociamos o nosso zelo no trabalho, exigindo melhores condições em troca do empenho que dedicamos à empresa em que trabalhamos, como se esse empenho não nos fosse um dever como funcionários; Negociamos o prato de comida dado ao mendigo que passou na rua, pois naturalmente desejaremos os frutos dessa boa ação com bênçãos de Deus e reconhecimento dos homens. Somos negociantes e por isso não conseguimos compreender que alguém consiga fazer o bem sem desejar algo em troca. Por isso é que não conseguimos compreender a graça de Deus.
No estudo passado tratamos a respeito de um povo especial. Especial porque foi chamado para ocupar cargos como dirigentes e cooperadores e, também fazer parte do corpo de Cristo, e ainda de receber a paz que Deus oferece. Essa condição de especial se dá por causa da graça de Deus. Nenhum homem se torna especial como Igreja do Senhor por algo que seja inerente a ele mesmo. Deus tornou homens especiais quando, agindo por misericórdia e graça, escolheu pessoas perdidas e condenadas para fazer parte do seu corpo – A Igreja.
O que é algo recebido de graça? É algo que não se move uma pena sequer para merecer o bem recebido. Se a pessoa tiver que fazer qualquer obra, seja ela a mais simples, para receber o bem prometido, então o bem recebido não será por graça, visto que alguma tarefa foi cumprida. O bem recebeu algum tipo de pagamento, e por isso não pode ser considerado como tendo sido recebido por graça.
Todo o bem que o homem recebe de Deus é de graça. O homem não fez e não faz qualquer ação para merecer o amor de Deus. O homem não necessita ser bonzinho, honesto, caridoso, gostar de orar e ir à igreja para receber o amor de Deus. Em Romanos 5.8 diz: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”. Ninguém foi ou será salvo por ter em si alguma boa qualidade inerente. Será salvo porque Deus o viu e o amou e por isso o destinou para ser salvo. O Pai escolheu; o Filho redimiu com sua morte e o Espirito Santo sela e santifica aqueles que deverão entrar no céu. Todos os que entrarem no céu entrarão porque foram alvos da graça de Deus e não por terem feito qualquer ação para merecer estar lá. A salvação é pela graça.
Como dissemos, esse estudo trata dos efeitos da graça de Deus na vida do crente. Uma vez que o crente toma posse da graça de Deus em seu favor ele se transforma. Sua natureza é renovada num novo nascimento. Ele passa a pensar, falar e agir de modo a agradar àquele que lhe agraciou com um bem impagável – A salvação. O crente passa a fugir de tudo o que o liga à antiga vida. Ele foge da escravidão da velha natureza, que fazia tudo para afastá-lo de Deus. Suas ações de agora buscam a pureza e uma aproximação diária com Deus. Ele passa a desejar uma intimidade perfeita com Aquele que desejou purificá-lo da podridão do pecado em que vivia. O homem alcançado pela graça de Deus mostra em sua vida os efeitos da graça de Deus.
O 1º efeito percebido no texto é: O HOMEM PASSA A SE ALEGRAR COM O BEM DO PRÓXIMO. Paulo disse: “Sempre dou graças a {meu} Deus a vosso respeito”.
O homem é por natureza egoísta. Esse egoísmo se percebe claramente quando o homem passa a invejar o crescimento dos outros. Pense nisso: Dois jovens cresceram juntos, estudaram no mesmo colégio, se preparam no mesmo curso pré-vestibular. As vagas na faculdade eram poucas e apenas um passou. O amigo derrotado até festejou a vitória do amigo. Mas, nos anos seguintes, o amigo começou a se destacar na faculdade e ele ainda não conseguiu ingressar na universidade. O amigo se formou e o velho companheiro não compareceu na festa. Por que isto? Por causa do egoísmo. Porque na verdade ele desejaria estar no lugar do outro. Por maior que fosse a amizade dos dois ela não suportaria uma diferença tão radical de posição social. O homem natural somente festeja a vitória do próximo se ele também estiver numa situação privilegiada.
Somente um homem que recebeu a graça de Deus é que pode suportar uma situação como essa, pois sendo alvo da graça de Deus ele passa a desejar o bem do próximo e se alegrar com suas vitórias. Paulo diz que dava graças a Deus pelas vitórias espirituais recebidas pelos irmãos de Corinto. Ele festejava todo o bem que os coríntios alcançaram. Esse é um efeito da graça de Deus na vida do homem.
Um amor muito grande é registrado no Antigo Testamento. É o amor entre Davi e Jônatas. Algumas pessoas tratam esse amor entre dois homens com desconfiança porque não conhecem o verdadeiro amor. Não se trata de um interesse homossexual, pois se assim o fosse a Bíblia, que condena com morte aquele que pratica a homossexualidade não louvaria tamanho amor. O texto fala de um amor que transcende os interesses pessoais. É o amor de quem ama a Deus. Jônatas sabia que Davi seria rei no lugar de seu pai, e pior, em seu lugar, mas o amor que tinham um pelo outro deixava de fora desse relacionamento qualquer interesse que prejudicasse essa amizade. Se Davi se tornasse rei isso traria alegria a Jônatas, pois isto confirmaria a vontade de Deus, e ela deve ser sempre obedecida e recebida com alegria.
Todas as pessoas que, verdadeiramente, conhecem a Deus e sua graça demonstram em sua vida esse efeito da graça de Deus. Um deles é este: desejam o bem do próximo. Em Mateus 22.39, Jesus diz: “O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Amar ao próximo como a si mesmo é muito difícil. O homem natural não consegue amar ao próximo. O homem natural pisará na cabeça do próximo para subir na vida, pois seu relacionamento é baseado no interesse. Mas o homem que foi alvo da graça de Deus se relaciona com o próximo e com Deus baseado no amor e, por isso, é capacitado por Deus a amar ao próximo e em conseqüência disto, também desejar o bem do próximo.
Paulo desejava tanto o bem do próximo que foi capaz de abrir mão de tudo o que o ligava a esta vida terrena. Deixou todos os interesses pessoais para traz para levar o evangelho a pessoas que não conhecia, mas que passou a amá-las por terem sido alvos do amor de Deus. Paulo se tornou o grande evangelista por causa do efeito da graça de Deus em sua vida. Ele tinha consciência que merecia o castigo maior – a morte – mas em vez de ser condenado, recebeu a certeza de penetrar no mais belo lugar e na mais destacada presença – a presença de Deus – não por ter feito nada para merecer, mas por ter sido alvo da graça de Deus. Isso o moveu a ensinar o evangelho de Jesus como forma de fazer o amor de Deus conhecido pelo maior número de pessoas. Esse foi o efeito da graça de Deus na vida do apóstolo Paulo.
Paulo dava graças a Deus pelo fato de outras pessoas terem alcançado, também, a graça divina. Ele diz: “Sempre dou graças a {meu} Deus a vosso respeito, a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus”. Não somente Paulo, mas muitas outras pessoas também receberam e continuam a receber a mesma graça que leva à salvação. Esse era um grande motivo para Paulo dar graças a Deus e deve ser também, motivo para todos nós o fato de alguém se render aos pés do Senhor Jesus, através da conversão. O homem somente se converte quando é alvo da graça de Deus. É o que diz Atos 16.14: “Certa mulher chamada Lídia, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia”. Esse texto é claro quando mostra que Lídia, apesar de temer a Deus, não sendo convertida, se converteu quando Deus lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia. A conversão foi fruto do agir graciosos de Deus no coração de Lídia, assim como o é em todos os corações que se dobram diante do Senhor.
O segundo efeito da graça de Deus na vida dos crentes é: O ENRIQUECIMENTO NA VIDA ESPIRITUAL.
Como fruto da graça recebida, os coríntios também manifestaram outros efeitos da graça de Deus em suas vidas: “Porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo.
Vocês já devem ter percebido que a religiosidade sem amor a Deus é fria e vazia, ou seja, é pobre. Os judeus tinham uma tradição de culto de muitos anos. Tinham um ritual rigoroso e prezavam pelo zelo no cumprimento desses rituais, mas a sua vida espiritual era pobre, completamente vazia de intimidade com Deus. As suas orações eram feitas nas ruas, com mãos aos céus, com o intuito de arrancar elogios dos transeuntes de que eram muito religiosos. Essa atitude foi criticada por Jesus; Também faziam questão de fazer propaganda da fidelidade que tinham no dízimo e nas ofertas. Conta-se que eles levavam a sua oferta em moedas de pouco valor para que o volume fosse percebido pelo maior número de pessoas e com isso fossem elogiados como homens fiéis. Até na oração colocavam suas ofertas e dízimo como moeda de troca, dizendo que eram melhores que gentios por serem fiéis financeiramente; Eram assíduos aos cultos. Diariamente iam ao templo para orar. Eram tidos como os exemplos de fidelidade, mas esses encontros eram apenas com homens e não com Deus. As orações eram vazias e ritualísticas, e também desprovidas de intimidade e amor. Não adiantavam nada, pois não eram ouvidas por Deus. Isaías descreve o desprezo de Deus ao culto hipócrita no seu primeiro capítulo. Deus diz: “De que me serve  a mim a multidão de vossos sacrifícios? Estou farto dos vossos holocaustos. Vosso incenso é para mim abominação, e também as vossas festas. Não posso suportar iniquidade associada ao ajuntamento solene. Pelo que, quando estendes as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicam as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue ”.
O efeito da graça de Deus na vida do crente é que ele passa por um enriquecimento espiritual. O crente verdadeiro não negocia com Deus o fato de ser fiel. Ele dá graças a Deus pela oportunidade e a capacitação divina para poder ser fiel. Ele é grato e humilde, pois sabe que tudo de bom que consegue fazer é fruto do relacionamento com o Espírito Santo em seu coração. Não fosse o Espírito Santo agir no homem, ele não teria a possibilidade de fazer nenhuma ação na direção do bem. O bem que o homem pratica é fruto da graça de Deus.
O crente é enriquecido espiritualmente e por isso deixa de buscar os tesouros terrenos. Ele busca juntar tesouros no céu, onde ladrão não rouba e a traça não corroe. O crente sabe que nesse mundo não passa de um estrangeiro e peregrino. Sabe que o seu lugar não é aqui e que o espera um lugar de bênçãos e paz infindáveis. Ele sabe que enquanto viver nesse mundo amaldiçoado por Deus ele corre o risco de sofrer privações e passar por aflições, mas que no lugar reservado por Deus para ele não haverá lágrimas e dores, pois o que lhe espera são alegrias sem fim.
O crente, tendo sido enriquecido por Deus, deixa de desejar as migalhas de prazeres terrenos momentâneos que o mundo oferece. Ele sabe que o maior prazer que pode vivenciar é o prazer de obedecer. Não há nada mais gratificante para um crente do que a satisfação de não ter caído em pecado por ter valorizado o prazer maior que é ter um relacionamento íntimo com Deus. O crente não se associa com o pecado, porque está associado com Deus.
Como fruto desse enriquecimento surgem algumas outras vantagens para crente. A primeira delas é que o crente perde a timidez. Paulo disse: “Porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra”.

Um dos pedidos de oração de Paulo aos crentes era que ao orar, eles pedissem a Deus que lhe desse intrepidez na Palavra de Deus para falar dela com coragem e determinação. Para que fosse ousado e não temesse nem a morte ao transmitir o evangelho aos pagãos de sua época. Deus o ouviu!
Irmãos, todas as vezes que você se empenha diante de Deus, pedindo uma bênção para outra pessoa e deixa-se assentar em segundo plano, Deus, além de responder a tua oração, ainda lhe agracia com bênçãos que você nem imaginava pedir a Ele. Assim foi com Jó. Jó estava num situação deplorável: Doente dos pés à cabeça; pobre e desamparado, mas seus amigos lhe pediram que orasse por eles, e Jó assim o fez. O capítulo 42.10 do livro de Jó, diz: “Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra”.
Isto também aconteceu com os coríntios. Eles oraram por Paulo. Colaboraram financeiramente com sua missão evangelística. Rogaram as bênçãos de Deus sobre a vida do missionário e o fruto veio também para eles. Eles foram enriquecidos em toda a palavra. Os corintios perderam o medo de falar de Jesus para os não crentes e isso colaborou com o crescimento da igreja e para a salvação de muitos perdidos.
Vejo com prazer e com vontade de que isso também ocorra com nossas igrejas, o fato de irmãos se empenharem em visitas a hospitais, cadeias, nas ruas, nas praças, sempre com suas Bíblias nas mãos falando do amor de Deus e com isto mostrando que também foram enriquecidos com a palavra – Eles tem disposição de falar. O benefício do enriquecimento de sua vida espiritual se mostra em não terem medo de falar do evangelho aos outros. O medo constitui-se de falta de confiança e creio que o medo maior seja produzido pela falta de intimidade com o Senhor, ou seja, pela falta de um enriquecimento espiritual promovido pela reconhecimento da graça de Deus em suas vidas.
Além da disposição de falar do evangelho a outros, outro benefício do enriquecimento da vida espiritual é o conhecimento de Deus e de sua Palavra que os pregadores do evangelho adquirem. Paulo disse: “Porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento”.
Em Romanos 1.28, Paulo diz: “Por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes”. Muitos homens e mulheres que se dizem crentes levam uma vida sem busca pelo conhecimento de Deus e com suas ações mostram um desprezo claro quanto ao conhecimento de Deus. Paulo mostrou, no texto de Romanos, que em conseqüência ao desprezo ao conhecimento de Deus o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável. Ou seja, pessoas que freqüentam igreja, mas não valorizam o conhecimento de Deus, desejando transmiti-lo a outros para que sejam salvos, correm o risco de cometerem erros, pois não obedecem a Deus e não valorizam o que de Deus se pode conhecer.
Muitas pessoas não evangelizam por se dizerem incapazes. Gostaria de te lembrar, caso você se acha incapaz de pregar o evangelho, de que Jesus disse aos seus discípulos que não deviam se preocupar quanto ao que falar, pois o Espírito Santo é quem os ensinaria. Jesus cobrou apenas a disposição para efetuar a obra evangelística proposta por ele. Acontece algo muito interessante quando alguém se dispõe, ele passa a desejar saber mais para não correr o risco de ser envergonhado. Com isto ele busca um conhecimento mais perfeito de Deus e de Sua Palavra.
A Bíblia é grande e se torna difícil conhecê-la toda, mas quando se busca com empenho, vai se guardando partes dela na mente e usando-as ao falar aos outros do amor de Deus e quando menos se percebe uma grande quantidade de conhecimento de Deus já foi acumulado na mente. É isso que Provérbios Pv 2.4,5 ensina:“Se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus”.
Se o crente foi enriquecido por Deus perdendo a timidez de falar e buscou aprender mais, para ter o que falar corretamente, Deus o presenteia com o Seu conhecimento. O próprio Deus se dá a conhecer ao pregador para que ele cumpra a vontade do próprio Deus, que é levar sua mensagem salvadora ao mundo. Quando se busca o conhecimento como se estivesse buscando um tesouro escondido, Deus, sendo o tesouro, se deixa achar e o crente se torna ainda mais abençoado.
Também como fruto desse enriquecimento espiritual, outra vantagem percebida na vida do crente é a transformação visível de seu caráter. Paulo disse:“Porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós de maneira que não vos falte nenhum dom, …”.
Os trovões anunciam um temporal do mesmo modo que as nossas atitudes mostram o que existe em nosso coração. Nossas ações falam muito mais alto do que nossas palavras. O mundo observa a vida dos crentes como abutres, desejando ver a sua queda para poder festejar sobre seu cadáver. A vida do crente tem de ser uma manifestação diária de mudança de caráter para o bem. Se assim não for ele se mostrará falho e incapaz de falar de Jesus e muito menos mostrar que tem algum conhecimento de Deus que leva a uma transformação de vida.
Paulo diz que o enriquecimento espiritual da vida dos corintios os levou a uma manifestação diária do poder transformador de Jesus – Eles passaram a dar testemunho da transformação efetuada por Deus em suas vidas. Em 1 Pedro 5.3, os pastores são conclamados a “tornarem-se modelos do rebanho”. A Timóteo  (1 Tm 2.15) Paulo diz: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. Paulo mesmo diz de si que era um modelo a ser seguido, ou seja, o seu testemunho de transformação de vida era visível, assim como o era o testemunho dos crentes de corinto.
O crente que é enriquecido por Deus em sua vida espiritual, mostra ao mundo o bem que Deus faz na vida de um homem ao dar testemunho dessa transformação com a própria vida na transformação visível do seu caráter. Quem roubava, não rouba mais; quem mentia deixou de mentir; quem enganava não engana mais; quem adulterava, deixou de adulterar; quem …  não mais… Esta é a transformação visível de caráter ocorrida na vida dos crentes coríntios e que deve também fazer parte da sua vida, meu irmão, como confirmação de que sua vida espiritual também foi enriquecida por Deus e que você agora é nova criatura.
Esse enriquecimento da vida espiritual vem acompanhado de dons. Os dons são capacitações especiais que Deus dá aos crentes, como presentes aos seus servos, não para serem usados como bens próprios, mas para usá-los na edificação da igreja do Senhor. 1 Coríntios 14.12 diz: “Assim, também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para a edificação da igreja”.  Quando o crente deixa de pensar em si, ou seja, deixa de ser egoísta, e passa a pensar coletivamente, no bem da igreja como um todo, ele é agraciado por Deus com dons. A pessoa começa a se empenhar no desenvolvimento da igreja do Senhor e esse empenho é acompanhado da necessidade de conhecimento e capacitações para dar conta do trabalho proposto, então, o próprio Deus, que é o maior interessado no bem da igreja, capacita o servo que se dispôs, dando-lhe dons.
O que se vê é que muitos tem usado os dons dados por Deus para servirem para o engrandecimento próprio. Cantores, que receberam o dom de louvar a Deus com suas vozes, cobram cachês caríssimos e somente as igrejas que exploram os seus membros é que tem condições de tê-los em seus cultos. A voz recebida para louvar é usada como fonte de lucro. Do mesmo modo, pastores que se destacam, começam a fazer exigências de vantagens e mordomias para pregar nas igrejas a Palavra de Deus. Não é para isso que Deus dá dons. Se você foi enriquecido por Deus e recebeu dons, use-os para a edificação da igreja – De graça recebestes? De graça dai!
Outra vantagem de quem foi enriquecido na sua vida espiritual é que ele passa a ter esperança. “Aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo.
Vi uma estatística sobre suicídios que me deixou estarrecido. O número de pessoas que se matam é alarmante! A vida é boa, por pior que pareça as vezes. São poucos os velhos que desejam morrer, a despeito de terem vivido muito. Esse desejo de continuar a viver se dá pelo simples fato de que viver é bom. Mas tem muitas pessoas que preferem deixar de viver, e por isso se matam. Essa morte se dá por falta de esperança.
Visitei uma senhora com 89 anos e ela me disse que estava ansiosa para se encontrar com o Senhor. Esse desejo é natural e não é pecaminoso, visto que é um desejo que mostra a esperança que essa crente tem de que será recebida por Jesus Cristo na glória. Não há motivos para temer a vinda do Senhor. O dia do juízo não a assusta porque ela sabe que já foi justificada por Jesus Cristo.
Em Romanos 5.1,2 Paulo diz que quem foi justificado mediante a fé tem paz com Deus e por isso não teme o dia da manifestação da glória de Deus: “Por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes, e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus”. Esse texto confirma a idéia de Paulo de que quem conheceu a graça de Deus teve em sua vida a manifestação do grande efeito da graça de Deus: O enriquecimento da vida espiritual. Como fruto desse enriquecimento o crente passa a ter esperança em Cristo. O medo da condenação desaparece e o desejo de encontrar-se com o Senhor se torna a cada dia mais evidente.
Essa esperança se firma na certeza de que o crente não será condenado. É o que o texto diz: “o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo”. Não há razão para temor, pois Deus olhará para os seus escolhidos como pessoas puras e irrepreensíveis. Jesus nos substituiu na cruz e por isso somos tratados por Deus com base nas ações de Cristo e não nas nossas próprias ações. Isto é o que diz Romanos 8.1:“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão Cristo Jesus”.
O reconhecimento da graça de Deus em meu favor me faz ter esperança. Me livra do medo da morte e do mal que posso vivenciar nesse mundo mal. Me dá certeza de que, se sofrer nesse mundo, no qual não viverei mais do que 100 anos, no mundo por vir não sofrei por toda a eternidade. Essa esperança muda todo o contexto de vida do homem que serve ao Senhor. Ele sempre estará disposto a obedecer a vontade de Deus, mesmo nas situações mais adversas da vida.
O terceiro e último efeito da graça de Deus na vida do crente, que percebemos nesse texto, é A CERTEZA QUE O CRENTE TEM DE QUE FOI ACEITO POR DEUS. O texto diz: “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor”.
Todos gostamos de ser aceitos.  Ao findar o almoço a esposa pergunta: A comida estava boa? Ela deseja um sim porque esse sim mostrará que o seu trabalho no preparo do alimento foi aceito; O rapaz que carpiu o lote vazio perguntará àquele que o contratou: Está bom? Essa resposta também é para ver se foi aceito, pois novos trabalhos dependerão dessa aceitação. Continue você a fazer novos exemplos e verá que, normalmente, os trabalhos realizados vem seguidos de uma confirmação de aceitação.
Isso não é diferente no relacionamento do homem com Deus. O homem busca aceitação de Deus. O problema é que os atos humanos são cheios de falhas e Deus e exigente. O homem, então, se desespera ao pesar os fatos, pois sabe que se suas obras forem a moeda de negociação para ser aceito ele estará perdido, pois suas ações são falhas.
O homem que reconhece a graça de Deus em sua vida mostra que o efeito mais agradável desse reconhecimento é a certeza de que foi aceito por Deus. Deus não aproximou o homem de si por causa das qualidade boas do homem. Deus nos aproximou de si porque nos amou. Do mesmo modo que a mãe de um drogado, de uma prostituta, de um ladrão não deixa de amar o filho/filha por causa de seus erros, também Deus não deixa de nos amar por causa do que somos.
Ao nos aproximarmos de Deus sua luz mostra as nossas imperfeições. Essa descoberta da realidade de que somos falíveis nos faz desejar a perfeição que nosso Senhor exige. Então, como novas criaturas, lutamos por viver corretamente, da forma exigida por Deus. Mas, mesmo com todo o empenho pessoal, continuamos sob o risco de falhas. E se confiarmos em nós mesmos nunca nos exporemos diante do nosso Senhor, pois teremos medo dele. A certeza da graça de Deus nos dá a confiança de que os atos de Jesus Cristo serão contados em nosso favor e serão eles que pesarão na balança da fidelidade exigida por Deus. Os atos graciosos de Cristo nos garantem o acesso aos céus.
Você poderia se perguntar qual a garantia de que as regras não vão mudar. A garantia de que tudo o que foi dito se cumprirá é porque: “Fiel é Deus”. Deus não volta a traz em sua palavra. Ele disse e cumprirá.
Não havia razões para Deus salvar os homens. Não havia um homem sequer que fosse justo, mas mesmo assim Deus, em sua sabedoria infinita e no seu amor incomparável decidiu salvar o homem. Se ele decidiu, quem pode mudar essa situação? Em Romanos 8.35-39, Paulo expõe a certeza de que “nada nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus”. Ele mostra que não há poder espiritual que possa dissuadir Deus a nos abandonar. Também mostra que no mundo não há nada que consegue nos afastar de Deus. O amor de Deus se firma na fidelidade de Deus. Uma vez tendo amado alguém, Deus continuará amando até o fim. O fato de Deus ser fiel é a garantia de que tudo o que ele prometeu cumprirá.
O crente sente o efeito de ter sido aceito por Deus pelo fato de que ele foi convidado a estar na presença de Deus. Diz o texto: “Pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo,

nosso Senhor”.
Ninguém foi chamado à presença de Cristo por méritos, isto já disse, e esse texto confirma, pois disse “Pelo qual fostes chamados”. Já vi várias pessoas serem convidadas a participar de festas por serem amigas de alguém importante. Há pouco tempo atrás uma modelo estava aparecendo em vários comerciais de TV e em revistas e hoje ninguém fala dela. É que ela terminou o casamento com um jogador de futebol famoso. A importância que ela tinha, e o interesse comercial que poderia representar não estava nela, mas no fato de ser próxima de alguém muito famoso. A fama pegou nela e ela recebia os benefícios da fama do marido.
Nós não seríamos notados e continuaríamos condenados e expulsos da presença de Deus se não tivéssemos aceitado a Cristo como nosso Salvador. Fomos convidados por Cristo a nos assentarmos na mesa da comunhão com Deus porque somos seus escolhidos e sobre nós pesa as suas ações a nosso favor. Fomos convidados nEle. Se não fosse Jesus Cristo ter morrido em nosso favor estaríamos todos perdidos.
O crente tem a certeza de que foi aceito por Deus, pois o próprio Deus o convidou para estar em sua presença. Se não tivesse sido aceito, Deus não suportaria a nossa presença diante de Si. Veja que fomos aceitos na comunhão “de seu Filho Jesus Cristo”.
Sou pai de dois garotos e por várias vezes fui convidado a fazer parte em festas no colégio. Essas são festas coletivas onde o número de pessoas conta mais que as próprias pessoas que estão presentes. Mas nunca fui convidado para nenhuma festa de pais de alunos, colegas de meu filho. Eu não os conheço e não sou íntimo de nenhum deles. A festa do filho exige que somente os mais íntimos façam parte, pois o pai não vai abrir as portas da casa ou gastar com uma festa para desconhecidos. Para participar da festa tem de ser amigo do Pai e do Filho.
Deus nos chamou para a comunhão de seu filho. Saber disso me dá certeza de que fui aceito pelo Pai. Ser convidado à comunhão do Filho é muito gratificante e dá a certeza da aceitação divina. Mas além de ser o Filho de Deus, Jesus Cristo é o nosso Senhor.
O Brasil passou por uma fase em sua história onde os negros eram escravos. Eles não recebiam salário e eram tratados como bichos sem alma. Na sala de estar só entravam para servir. Se um negro recebesse o convite para se assentar na mesa do seu Senhor ele iria fugir disso por achar que não poderia fazer isso de maneira alguma. Seria honra demais. O fato de sermos chamados para nos assentar e termos comunhão com o Filho de Deus, que é nosso Senhor, nos dá a certeza absoluta de que fomos aceitos por Deus e esse convite nos faz sentir honrados e gratos.
Esses são OS EFEITOS DA GRAÇA DE DEUS NA VIDA DO CRENTE:

O CRENTE PASSA A SE ALEGRAR COM O BEM DO PRÓXIMO
. “Sempre dou graças a {meu} Deus a vosso respeito”.

ELE PASSA A SER ENRIQUECIDO EM SUA VIDA ESPIRITUAL
.
“Porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento; assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós, de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo”.

ELE PASSA A TER A CERTEZA DE QUE FOI ACEITO POR DEUS.
Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor”.
Meu irmão, Deus tem oferecido aos homens a sua salvação. Ela é de graça para nós, mas para Deus foi caríssima. Custou o sangue de Seu filho. Tome posse desse salvação, mas nunca deixe perder a consciência de que você foi salvo por graça. Se sua concepção da salvação estiver correta, os efeitos dessa salvação serão sentidos em sua vida. Você deixará de ser egoísta e desejará o bem do próximo e se alegrará com suas vitórias; Sua vida será enriquecida com as bênçãos espirituais oferecidas por Deus; e, você terá a certeza de que Deus já o aceitou e que tem um reino de glórias e alegrias esperando por você.
Viva a vida na dependência da graça de Deus. É o melhor caminho para uma vida de paz e esperança na presença de Deus e no caminhar nesse mundo mal
Que a graça do nosso Senhor Jesus Cristo repouse sobre sua vida meu irmão!

1 comentário em “02 Efeitos da graça de Deus no crente”

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