Estudos Especiais em I Coríntios preparados pelo Rev Silas Matos Pinto
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17º – FUNCIONÁRIOS DO CÉU
1 Coríntios 3.8,9 – “Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós”.
O governo Federal tem gasto muito dinheiro propagando um de seus projetos. Ele é conhecido como Amigos da Escola. Esse projeto visa despertar os pais de alunos e as pessoas que moram próximas às escolas para a necessidade de cuidarem elas mesmas do patrimônio público e dos alunos que ali estudam. Esse é um trabalho voluntário, pois os Amigos da Escola não recebem salário pelo seu trabalho. Quem se torna um Amigo da Escola vai estar inserido nos projetos da escola, dando a sua contribuição, que na maioria das vezes o que o amigo pode oferecer é apenas a sua mão de obra, o que na realidade não é pouco.
Pode parecer que o Amigo da Escola não recebe nada pelo seu trabalho, mas isso não é verdade. Eles podem não ter salário no fim do mês, mas o que recebem vale muito mais. O Amigo da Escola recebe como pagamento o sorriso das crianças que brincam no parquinho, que antes estava todo destruído e foi recuperado; recebe também a satisfação de ver as crianças se alimentando bem na hora da merenda e estudando com saúde porque a horta da escola foi refeita e alimentos foram arrecadados; recebe também quando vê a alegria nos olhos dos garotos que antes viviam perambulando pelas ruas o dia todo e agora podem ler, na biblioteca, os livros que foram coletados pelos Amigos da Escola quando doados por outras pessoas; ou podem se divertir na quadra que fora recuperada. Para esses voluntários o que mais importa é a satisfação de ter sido útil para o bem da comunidade em que vivem.
Existe outro projeto muito importante que já está sendo propagado há muitos anos. Esse projeto visa recuperar homens e mulheres, antes perdidos e sem esperança, dando a eles uma nova perspectiva de vida. Esse projeto não tem um nome conhecido como o projeto do governo, mas bem que poderia ter. Um bom nome para esse projeto é: Amigos do Reino. Esse projeto visa despertar os crentes para o cuidado que devem ter com as pessoas que vivem à sua volta, pois um dia eles também estiveram perdidos. O Amigo do Reino não se preocupa com prédios, mas com gente que pode estar triste, solitária e sem esperança. Quem se torna um Amigo do Reino vai estar inserido nos projetos de uma Igreja do Senhor, participando dela e dando a sua contribuição. Essa contribuição pode até ser financeira, mas a doação do dinheiro não exime o Amigo do Reino de colocar a mão na obra. O mais importante nesse projeto é o envolvimento pessoal. Esse também é um trabalho voluntário. O pagamento que o Amigo do Reino recebe é ver pessoas que antes estavam angustiadas, se acomodarem nos braços de Jesus; ver pessoas que antes eram tristes se alegrarem ao louvar o seu Criador tendo a certeza de sua salvação. O Amigo do Reino se alegra por ser útil na obra de Deus.
Nesse estudo vamos tratar a respeito dos FUNCIONÁRIOS DO CÉU E SOBRE COMO FUNCIONA A OBRA DO SENHOR. O estudo observa a necessidade de envolvimento pessoal de cada pessoa que conheceu a Cristo. Existe um trabalho a ser realizado e para isso acontecer é necessário que você seja um desses trabalhadores ou um Amigo do Reino.
Na obra do Senhor há uma realidade diferente de qualquer outra obra que conhecemos. Ela tem ligações materiais e espirituais. Ela visa a cura das doenças do corpo e da alma; ela busca o restabelecimento do relacionamento do homem com o seu Criador. Essa obra liga o céu à terra e põe o homem novamente diante de Deus. Com certeza vale a penas fazer parte dela.
A primeira realidade que observamos no texto é que nessa obra OS TRABALHADORES PERTENCEM A UMA MESMA CATEGORIA. “Ora, o que planta e o que rega são um”.
Todos nós conhecemos a hierarquia que existe no militarismo. O soldado inicia a sua jornada e no decorrer do tempo, junto com a experiência, vêm as promoções que o colocam numa situação superior em relação aos outros. A hierarquia também existe em qualquer estabelecimento comercial. Numa loja, por exemplo, existem os faxineiros, os balconistas, os caixas, os supervisores e os gerentes. Cada um desses tem o seu dever e as responsabilidades relativas ao seu cargo e, também, salários compatíveis com a sua responsabilidade.
No céu não parece ser diferente. Parece-nos que no exército de Deus também existe uma hierarquia. Anjos, arcanjos e serafins são alguns nomes dados aos seres celestiais, indicando postos hierárquicos no exército de Deus. Não sabemos exatamente como funciona essa hierarquia, mas o que nos parece é que as funções são desempenhadas separadamente e com autoridades diferenciadas. Nessa hierarquia todos são submissos a Deus e o seu trabalho visa a glória do Criador. A autoridade recebida não visa o engrandecimento pessoal de quem tem autoridade. Ela visa o bem do grupo e a glorificação de Deus.
Deus colocou regras claras e uma hierarquia dentro da família que ele mesmo criou. O marido é o cabeça do lar. Cabe ao marido trabalhar e trazer o sustento para a esposa e para os filhos. Cabe a ele pagar as contas e organizar a vida do lar, visando a continuação da paz, da harmonia e da ordem; A esposa é árvore frutífera. Cabe a ela a procriação, o preparo do alimento trazido pelo esposo e a tarefa mais importante dela é fazer do lar um lugar agradável e seguro. A educação dos filhos, na maioria das vezes, também fica nas mãos das mães; Os filhos também entram nessa hierarquia. Como saldados, eles devem aprender a obedecer aos pais, observando o funcionamento do lar para que um dia estejam prontos para formarem o seu próprio lar. Os filhos devem se submeter aos pais de uma forma respeitosa e prazerosa. Devem ajudar nas tarefas do lar para que aprendam o valor do trabalho e tenham prazer em trabalhar quando chegarem à faze adulta. Quando algum membro da família não obedece a esta hierarquia a família corre um sério risco de deixar de existir ou pode continuar existindo, porém, cheia de problemas.
Existem muitos sindicatos em ação. Cada um deles defende uma classe de trabalhadores diferente. Há o sindicato dos balconistas, dos gerentes, dos vendedores, dos metalúrgicos… O trabalho desses sindicatos é fazer com que a sua categoria seja privilegiada com aumentos salariais e melhores condições de trabalho. Cada sindicato defende somente a sua categoria, não se interessando com o bem estar ou por ganhos da outra.
A igreja, como instituição religiosa, possui uma hierarquia. A ordem depende do envolvimento sério e responsável dos membros dessa família. Se não houver um líder e cooperadores colaborando com a liderança os problemas surgem sem ter alguém para tratar deles e com isso se avolumam provocando assim a ruína da instituição. Por conta disso o próprio Deus deixou princípios claros para a formação dessa hierarquia na igreja. Essa hierarquia não é formada para que alguém se sinta superior aos outros. Não é para que se crie sindicatos egoístas que defendam somente a sua categoria. Na hierarquia da igreja o líder não é mais importante que o membro da igreja. Ele é apenas mais responsável. É dos líderes que será cobrado o bom andamento da igreja. No entanto, os membros não ficam livres de cobranças. Líderes são apenas homens e mulheres escolhidas por Deus e pela igreja para estar à frente da obra, direcionando o trabalho para que tudo funcione corretamente.
Estava havendo na igreja dos Coríntios uma discussão entre os membros por se fazerem seguidores de diferentes líderes. Estavam criando guias na igreja. Por isso Paulo lhes disse: “Ora, o que planta e o que rega são um”. Com essas palavras Paulo mostrou à igreja dos Coríntios que os seus líderes faziam parte da mesma categoria. Eram servos do mesmo Deus e inseridos na mesma obra. A pessoa do líder se desvanece quando observamos a obra. A obra é superior aos seus trabalhadores. Entre o povo de Deus não pode existir categorias superiores ou inferiores. Somos todos iguais e pertencentes a uma mesma categoria: Somos apenas pecadores perdoados que fomos inseridos na obra de evangelização do mundo.
Estamos acostumados a ouvir sobre as classes sociais: classes alta, média e baixa. Nós mesmos nos classificamos dentro dessas três. Essa classificação está ligada ao número de bens que a pessoa dispõe ou do salário que recebe. No caso da vida espiritual não pode haver essa classificação, pois a igreja é formada por salvos em Jesus Cristo e entre os salvos não existe alguém que seja mais salvo ou menos salvo que os outros. Estão todos na mesma categoria.
Jesus contou uma parábola para ilustrar isto. O fazendeiro mandou contratar empregados. Foram contratados trabalhadores pela manhã, meio dia e quase no fim do turno. Na hora de receber o salário, todos receberam o mesmo. Com essa parábola Jesus ensinou que não há ninguém superior diante de Deus. Deus trata todos de igual modo. O importante é a conversão e não o tempo como convertido. Para Deus não importa se você tem um, cinco, dez talentos. O que importa é que você seja um crente útil à obra do Senhor e os coloque a Seu serviço. Deus não trata ninguém de forma diferenciada ou superior ao outro.
Paulo falou estas palavras ao falar dos líderes. Não existe um líder que seja mais importante ou melhor que outro. Existem pessoas mais preparadas ou menos preparadas que outros. Mas sabemos também que quem define o bom andamento da igreja e um bom aproveitamento da mensagem pregada é o próprio Deus, através do Espírito Santo. Por mais preparado que seja o líder ele não poderá fazer o que Deus não quer que seja feito. Por menos preparado que seja o líder ele não deixará de completar a tarefa que Deus o incumbiu de fazer, pois é Deus que leva a obra a bom termo. Todos os servos envolvidos na obra do Senhor devem estar cientes de que não existem categorias superiores ou inferiores – Todos estão no mesmo nível e no mesmo pé de igualdade.