Estudos Especiais em I Coríntios preparados pelo Rev Silas Matos Pinto
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20º – SANTUÁRIO DE DEUS
1 Coríntios 3.16,17 – “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado”.
Na Inglaterra existe um lugar diferente, que chama a atenção de centenas de pessoas que o visitam diariamente. Esse lugar é Stonehenge. É um lugar misterioso. Ninguém consegue explicar a existência dos vários blocos de pedra maciça, colocados em pé, em forma circular e com outros grandes blocos de pedra por cima, fechando o círculo. Eles não sabem de onde vieram as pedras, quem as trouxe e porque trouxeram. Próximo ao lugar não existem pedreiras o que obrigou quem as trouxe, trazê-las de muito longe. A pergunta é: Porque pessoas sem caminhão ou qualquer outro meio de transporte de carga arrastariam esses blocos de pedra pesados para colocá-las no meio de um pasto? Como os freqüentadores do local não tem muitas explicações, então optaram por tratar o local como um local especial, ou seja, um lugar sagrado. Os visitantes o procuram para fazer meditação e para terem um contato maior com o sagrado. Pensam que naquele lugar o contato deles com o mundo espiritual é melhor. Eles exigem silêncio e muita reverência no local.
Existem outros lugares como esse espalhados pelo mundo afora. Lugares que os homens escolheram para terem contato com Deus ou com o que chamam de Deus. Os templos Incas (na América Central) e os budistas (espalhados pelo mundo), o Monte Carmelo (na Palestina), o templo de Jerusalém, o Caminho de São Tiago (na Espanha), a cidade de Meca (no Ocidente) e muitos outros. Todos esses lugares são tidos por seus freqüentadores como lugares sagrados. Locais que foram consagrados para culto, oração e meditação.
Os homens sempre necessitaram de lugares especial para terem contato com Deus. Abel fez um altar para oferecer a vida de um animal em sacrifício a Deus. Baseado nele muitos altares foram construídos pela posteridade e neles foram oferecidos sacrifícios como forma de pedir perdão por seus pecados; de agradecer a Deus pelas graças recebidas; de invocar o Senhor nos momentos de angústias; ou, simplesmente, para prestar culto.
Jacó teve um sonho, quando fugia de seu irmão, e viu uma escada que ligava o céu à terra. Nesse local ele fez um altar e por centenas de anos Israel continuou indo à Betel para prestar culto a Deus. Com a saída do povo do Egito Deus mandou que se construísse uma arca de madeira e a cobrissem de ouro. Essa arca passou a simbolizar a presença de Deus. Onde ela estava Deus estava. Ao entrar na Terra Prometida, a arca ficou por vários anos em Siló (Js 18.1), onde armaram uma tenda para ela. Mesmo com a posterior construção do templo de Jerusalém, tendo a arca sido levada para ele, Siló continuou a ser um local sagrado para os israelitas.
O templo de Jerusalém se tornou o local mais sagrado da terra para os judeus. Era o lugar onde Deus habitava. Normas foram estabelecidas para o culto, para os sacrifícios e para a permanência dos adoradores. O templo acabou se tornando mais sagrado que o próprio Deus, a ponto de o próprio Deus providenciar a sua destruição. O único pedaço de parede que ainda resta do primeiro templo se tornou um local de oração (Muro das Lamentações).
Com o passar dos anos Betel foi abandonada; Siló foi esquecido e o templo foi destruído. A dúvida para muitos foi: Onde adorar agora? A resposta para essa questão foi dada por Jesus à mulher samaritana, quando esta lhe perguntou sobre o local correto para adoração. Jesus lhe disse: “Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”.
A partir do ano 313 depois de Cristo, iniciou-se a construção de templos cristãos. As grandes catedrais foram erigidas com o objetivo maior de mostrar a imponência, o poder e a riqueza da igreja do que para servir de local de encontro com Deus. A igreja que se reunia nos lares passou a se reunir novamente em templos, como os judeus faziam antes, e iniciaram o mesmo processo de dependência de um local para encontro com Deus. O encontro pessoal, diário e constante com Deus foi substituído por um encontro semanal e passageiro. Para muitos, o templo é o único local onde se encontram com Deus e, em conseqüência disto, santificam o local de culto e não se preocupam com a santificação de suas próprias vidas. O templo é o único local onde oram ou lêem sua Palavra. Isso é uma lástima!
Todos os locais escolhidos para culto foram destruídos por causa da impureza e falhas na adoração. A impureza fez a adoração a Deus declinar. O adorador quis ser o alvo da adoração. A atenção do homem foi tirada de Deus e direcionada para o homem ou para os rituais estabelecidos para o culto. O local de encontro com Deus serviu para afastar o povo ainda mais de Deus. O problema não estava e não está no templo, mas na forma de entender o templo. O templo de Deus são as pessoas. Elas se reúnem com outras pessoas para juntas adorarem a Deus, pois foi assim que Deus deixou estabelecido. O templo é apenas um local de encontro dos verdadeiros templos do Senhor (as pessoas). Mas como templos, temos de estar todos os instantes de nossa vida na presença do Senhor, pois Deus habita em nós e nós somos o seu templo, e mais, a presença de Deus exige de nós uma preocupação constante com a pureza. Deus não pode habitar num coração imundo e muito menos conviver com a impureza.
O tema desse estudo é: A PUREZA DO SANTUÁRIO DE DEUS. Quando recebemos visitas em casa nos preocupamos em mostrar a casa limpa e cheirosa. Temos a preocupação de que os visitantes se sintam bem e tenham uma boa impressão de nós. Se já nos preocupamos com homens, que não conseguem ver as sujeiras debaixo dos tapetes, precisamos nos preocupar muito mais com Deus, que conhece nosso ser como a palma de sua mão. Deus gosta de habitar em corações puros.
Para responder ao nosso tema faremos a seguinte pergunta: Como manter puro o santuário de Deus? A primeira resposta que o texto nos dá é que nossa pureza, como templo, DEPENDERÁ DA CONSCIÊNCIA DE QUE SOMOS HABITAÇÃO DE DEUS. Paulo disse: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”
Citei a pouco a existência de alguns templos onde seus freqüentadores o tratam com toda a reverência – O Templo é santo! Nele as pessoas meditam e refletem sobre sua vida. É um local de silêncio e respeito absoluto. A razão para tanto respeito é que Deus habita no templo. Em Habacuque 2.20, encontramos uma declaração clara do sentimento que se tinha e que se deve ter com o lugar onde Deus habita: “O Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra”.
Infelizmente o respeito com a presença de Deus tem diminuído a cada dia. Pessoas brincam com jogos em seus celulares durante o culto, conversam, sorriem, namoram e batem papo durante o culto que é prestado a Deus. Até os mais maduros, homens e mulheres, de quem se espera que sejam mais reverentes, muitas vezes passam o culto todo andando ou conversando com outros adultos dentro e fora do templo, muitas vezes criticando a falta de reverência dos mais jovens. É o errado falando do erro do outro. Pessoas saem o tempo todo para beber água ou simplesmente para andar um pouco. Não prestam a atenção devida ao culto e ainda desviam a atenção daqueles que se propõe a levar o culto à sério.
Damos graças a Deus porque toda a regra tem exceção. Entre os adoradores negligentes existe uma grande maioria de adoradores que sabe que Deus está no meio deles e por isso presta culto a Deus com toda a reverência que ele exige. O Salvador do mundo prometeu estar entre os seus adoradores até a consumação dos séculos. A consciência da presença divina entre os seus adoradores faz com que o adorador consciente seja reverente no culto que presta a Deus.
Moisés passou por uma bela experiência ao ver o milagre da sarça que queimava e não se consumia. Mas ao aproximar do espetáculo do fogo ele ouviu a voz de Deus que diz: “Moisés, tire as sandálias dos pés porque este lugar é terra santa” (Ex 3.5). A mesma ordem foi dada a Josué ao se encontrar com Deus (Js 5.15). Esses locais eram locais como qualquer outro, mas algo tornou aquele lugar especial: Deus estava ali. As terras de Canaã e as montanhas onde a sarça pegou fogo não eram especiais em si, porém, quando Deus se fez presente o local se tornou especial e sagrado.
A consciência da presença de Deus muda a atitude do adorador. Jacó, após se conscientizar de que Deus estava ali onde ele dormia, no meio do deserto, acordou espantado e disse: “Na verdade o Senhor está nesse lugar, e eu não sabia” (Gn 28.16). Logo após essa conscientização a situação mudou. Jacó erigiu uma coluna, prometeu construir um templo ao Senhor, prometeu-lhe fidelidade e orou. A diferença entre o antes e o depois foi a conscientização de que Deus estava ali.
A vida pastoral é cheia de surpresas. Um pastor amigo contou-me uma situação que viveu e lhe foi de muita surpresa e admiração. Disse ele que entre os membros de sua igreja tinha uma mulher que era zelosa ao extremo. Sua reverência era admirável. Ao chegar à igreja a irmã mantinha-se sob uma reverência que atraía a atenção de todos a si. Suas orações eram constantes e o silêncio que mantinha no templo era admirável. As crianças eram impedidas por ela de se mexerem. Se alguém se levantasse ou conversasse, logo ela lhe chamava à atenção. O seu zelo era espetacular, mas para a surpresa e tristeza do pastor e da igreja, que tinham essa irmã em alta consideração, se descobriu que sua vida particular era uma desordem total. O seu zelo durante o culto era um zelo legalista. O seu culto não era verdadeiro, era uma fachada para esconder a sujeira de sua vida particular. Ela fazia todo o possível para retirar a atenção dos outros de sobre sua vida. Mas nada fica encoberto e sua vida pecaminosa também não ficou. O caso abalou sua igreja. Ninguém imaginava que uma crente tão zelosa com o templo e o culto fosse cair tão baixo. O problema dessa irmã foi santificar o templo de paredes e abrir mão da adoração que devia ter prestado ao Senhor com o seu próprio corpo, que é onde Deus habita.
É essa adoração que o texto questiona. Dissemos que nossa pureza como templo de Deus dependerá da consciência de que somos habitação de Deus. Para despertar o zelo quanto ao verdadeiro templo do Senhor, Paulo disse: “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”
Uma Igreja Presbiteriana do Brasil, nossa irmã, viveu uma experiência um tanto curiosa. Um casal de jovens ia se casar e para isso se dirigiram à direção da igreja para solicitar o templo para o casamento. O conselho impediu o casamento por causa da união de julgo desigual (só a noiva era crente). O pastor que fora convidado para realizar a cerimônia conversou com o conselho e ele permitiu que os bancos e a aparelhagem de som da igreja fossem levados para outro local. A cerimônia aconteceu como previsto. O púlpito, os bancos, o som, os membros e o pastor foram os mesmos que participariam da festa na igreja, porém o “Templo” não foi usado. Se pergunte, meu irmão, sobre o que é o templo do Senhor.
Na Europa muitos templos se tornaram supermercados, bares, boates e salões de festas. Os templos se fecharam porque lhes faltaram os verdadeiros templos. As pessoas passaram a santificar o templo e se esqueceram de santificarem-se como templos. Com a falta de santificação a impureza tomou conta de suas vidas, se esfriaram e abandonaram o Senhor. Em conseqüência do abandono do verdadeiro templo do Senhor, que são as pessoas, as construções (templos) se fecharam. O templo é o local dedicado ao Senhor, e por isso deve ser tratado com todo respeito, porém não pode ser valorizado mais do que as pessoas. Essa falha tem levado pessoas a darem mais crédito ao templo de paredes e concreto do que ao seu coração, que é lugar da habitação de Deus.
Paulo vem alertando as pessoas com relação a seriedade que devem tratar os seus corpos. Nosso corpo é templo de Deus, pois o “Espírito de Deus habita em nós!” Você não sabia disso? Pois é verdade! Deus mora em teu coração através do Espírito Santo. Se conscientize disso para que tua vida e tua adoração particular a Deus melhorem. Pense também em Hebreus 3.6, que diz: “…A qual casa somos nós, se guardarmos firme, até o fim, a ousadia e a exultação da esperança”.
Joel 2.28-32 registra a promessa do envio do Espírito Santo. Ele mostra que depois de uma conversão sincera e um arrependimento verdadeiro o Espírito de Deus seria derramado no coração do crente e coisas extraordinárias aconteceriam. Vejam bem, o texto mostra que somente depois de “uma conversão sincera e um arrependimento verdadeiro” é que as mudanças ocorreriam. Para a pessoa se converter é necessário a presença do Espírito Santo. Sem Ele o homem continuaria morto e nunca se converteria. O texto não está tratando de uma conversão inicial, pois o povo a quem esse texto fora direcionado já era povo de Deus. Então entenda o texto como um alerta: Se você, que já crê, não se purificar de seus pecados e passar por uma mudança total e completa, você nunca experimentará a ação plena do Espírito de Deus em tua vida.
Você é templo de Deus porque o próprio Deus habita em você. Ele te escolheu para Sua habitação e esse é um grande privilégio. A consciência dessa habitação divina o levará a uma busca pela pureza e santificação para que você, como templo de Deus, se torne um lugar agradável e puro para Deus habitar.
A Segunda resposta que o texto nos dá é que nossa pureza, como templo, DEPENDERÁ DA CONSCIÊNCIA DE QUE SOMOS RESPONSABILIZADOS PELO USO DO NOSSO CORPO. “Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá”.
No estudo passado vimos que “se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano”. Mostramos que se a pessoa recebeu todos os meios para realizar um trabalho perfeito para o Senhor e não realizou, ela terá de sofrer as conseqüências por sua preguiça. Essa pessoa, sendo um crente verdadeiro, será salvo, mesmo tendo sido irresponsável com a propagação da obra do Senhor, porém o seu trabalho relaxado não lhe renderá honras ou galardões. Sua salvação não será acompanhada da alegria de ter sido um servo fiel.
Diante desse texto, alguns teólogos e leigos se pegam numa discussão, onde, de um lado dizem que o crente verdadeiro nunca perde sua salvação por ser ela um dom gratuito (presente) de Deus, que não foi baseado em obras humanas, mas em seu amor e misericórdia; do outro lado, defendem que esse texto é claro ao afirmar que se o crente verdadeiro destruir o seu corpo, cometendo pecados variados, ele será destruído por Deus, ou seja, perderá sua salvação e será mandado para o inferno.
Para uma melhor compreensão vamos analisar um texto que traz os passos, desde a escolha de Deus, até a tomada de posse da salvação pelo pecador perdoado. 2 Timóteo 1.9,10, mostra, resumidamente, como foi o processo de nossa salvação. Ele diz: “Deus nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus,antes dos tempos eternos, e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus”. A ordem da salvação é minuciosamente descrita nesse texto e por isso é que ele foi o texto escolhido.
Deus determinou, em sua vontade livre e soberana, salvar pecadores. Entre esses pecadores ele não escolheu ninguém por ser bom ou perfeito, porque não existe ninguém que é bom e perfeito. Ele sabia que nenhum dos homens teria condições de ter uma vida perfeitamente pura e absolutamente livre do pecado. Ele conhecia toda a fragilidade humana e sua propensão para a queda. Todos os homens estavam condenados por causa de seus pecados, mas entre esses condenados Deus desejou salvar e salvou aqueles que livremente escolheu. A escolha de Deus não se baseou no fato de alguém ser melhor ou pior que outro, pois todos eram igualmente perdidos. Ele não se baseou nas obras dos homens, pois nenhum tinha nada de bom a oferecer, mas se baseou nos atos perfeitos de Jesus Cristo.
A esses a quem salvou ele chamou, para que deixassem o mundo e passassem a viver com ele. Quando chamados, movidos pelo Espírito Santo (Sl 27.8; Lm 5.21) responderam “sim” ao chamado de Deus (converteram) e se aproximaram dele. Essa salvação se tornou conhecida do pecador no momento de sua conversão, porém, esse pecador, agora salvo, já estava salvo desde antes da fundação do mundo, porém, somente agora tomou posse da graça salvadora de Deus e somente agora é que ele passou a se alegrar com a presença de Deus, pois antes Sua presença causava repulsa e medo, agora produz prazer e alegria. Nenhum homem foi salvo por não ter pecado ou sua salvação foi oferecida por Deus na dependência do homem nunca pecar. Se houvesse essa condição nenhum homem entraria nos céu, pois não existe um crente sequer, que após sua conversão, nunca tenha pecado, seja por pensamento, palavras ou obras (Ec 7.20). Se fosse assim, seria correto dizer que o salvo perdeu a salvação. Mas a salvação não depende da fidelidade do homem, mas da misericórdia de Deus, e é por isso que o salvo nunca perderá a salvação dada por Deus.
Para confirmar o que acabamos de dizer, traremos outro texto. Em 2 Timóteo 2.12,13, Paulo disse: “Se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negarmos, ele, por sua vez, nos negará; Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo”.
O texto mostra as conseqüências de três atitudes. A primeira é a perseverança. A perseverança fiel do crente traz benefícios eternos (galardões) e todos os que forem perseverantes terão como galardão o privilégio de reinar com Deus. Aquele que não perseverar como se deve, acontecerá com ele o que foi dito no estudo passado que, “se a obra de alguém se queimar sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia como que através do fogo”. Esse passará vergonha na presença de Deus, porém, assim mesmo será salvo. A Segunda atitude é a negação. Jesus deixou bem claro que se alguém se envergonhasse dele, ele também se envergonharia deste na presença do Pai. São múltiplos os textos que mostram que se o homem não aceitar a Cristo não terá a salvação. Jesus é o único caminho para o homem ser salvo. Se o homem se negar a aceitá-lo, esse não terá outra opção de salvação. A esse será negado a entrada no céu. Não nos esqueçamos que dizemos o “Sim”, na nossa conversão, movidos pelo Espírito Santo. Este que negou o Senhor, não foi movido por Deus para aceitá-lo. Esse será condenado porque nunca foi salvo. A terceira atitude é a fidelidade. O homem não será salvo por ser fiel, mas será salvo porque Deus é fiel. Já disse antes que se a nossa salvação fosse baseada em nossa fidelidade nenhum de nós seria salvo, pois até um pensamento impuro é pecado e todo pecado é passível de condenação. Qual o crente que está livre de ter algum tipo de pensamento impuro? Mas veja que o texto diz que se formos infiéis ele permanece fiel porque não pode negar-se a si mesmo, ou seja, não pode trair sua própria palavra. O crente infiel será salvo, mesmo merecendo a condenação, porque se Deus lhe deu a salvação ele não a tomará de volta. Será salvo porque Jesus Cristo, que o substituiu, foi fiel.
Diante disso alguém pode dizer: Oba! Vou pecar à vontade! Essa declaração é característica do homem perdido. O servo de Deus (crente verdadeiro) é consciente de que foi tirado da perdição e encaminhado para a salvação. É grato a Deus e não deseja pecar. O pecado que comete é caracterizado por deslizes, fraquezas, porém, mesmo essas não são justificáveis. O perdido que finge ser crente na realidade é um falso crente. Ele mostra uma fé fingida e interesseira e procura se satisfazer em tudo o que deseja, pecando conscientemente e tendo prazer nesse seu ato.
O crente verdadeiro sabe que sua salvação não está atrelada ao não pecar. Nem por isso ele peca, pelo contrário, foge do pecado. Sabe que a salvação não depende de suas obras (pecar ou não pecar), mas ao observar o sofrimento de Cristo em seu favor ele se curva à vontade de Deus, grato, e busca uma vida de perfeição, apesar de nessa busca ainda correr o risco de cometer imperfeições.
Qual a razão para ter dito tudo isso? É que afirmamos que nossa pureza, como templo, dependerá da consciência de que somos responsabilizados pelo uso do nosso corpo. “Se alguém destruir o santuário de deus, Deus o destruirá”. Esse texto leva muitos a dizer que se alguém pecar perde a salvação, então eu procurei assegurar a salvação para afirmar que essa destruição dita no texto não se refere a destruição da alma, mas sim do corpo.
A destruição proclamada no texto se refere às conseqüências que os homens trazem em seus corpos por não tratá-los como algo especial dado por Deus para ser cuidado com todo carinho e responsabilidade. O texto não ensina a destruição da alma. Mostra que como castigo por não valorizar o templo de Deus (o corpo) terá de suportar sofrimentos no próprio corpo.
No capítulo 10.29,30, Paulo diz: “Quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem (morrem)”. Nesse texto Paulo está ensinando sobre a Santa Ceia e mostra que tentar enganar a Deus, fingindo estar tudo bem em sua vida espiritual, traz malefícios para o corpo também.
Muitos outros textos mostram o rigor do juízo de Deus contra os infiéis, como em Hebreus 2.2,3, que diz: “…toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, como escaparemos nós se negligenciarmos tão grande salvação?” e no capítulo 12.28,29 diz: “Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça… porque o nosso Deus é fogo consumidor”. É preciso levar a sério as coisas de Deus, pois com Deus não se brinca!
Paulo diz que há muitos fracos, doentes e pessoas que morrem como conseqüência de um relaxo com sua vida espiritual e com o seu corpo que é templo de Deus. Deus pesa a mão e deixa que as pessoas sofram as conseqüências pelo seu pecado. Foi assim com o povo de Israel, quando foram infiéis a Deus, e por isso foram envergonhados e levados cativos com muito sofrimento para o seu corpo e alma.
Dissemos que somos responsabilizados pelo uso que fazemos do nosso corpo. Muitas pessoas estão morrendo de câncer em conseqüência do fumo; outras estão com cirrose hepática por terem bebido demais; outros não conseguem abandonar os produtos químicos por terem se viciado. Uma pessoa que tenha se convertido pode até ser curada por Deus, mas na maioria das vezes ela continuará com os efeitos de seu mau uso do corpo, sofrendo até o fim de sua vida. Deus não se obriga a curar a todos de todas as doenças porque a pessoa se converteu. As conseqüências podem permanecer pela vida toda e até levá-lo à morte.
No capítulo seis, verso 12, Paulo disse: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”. O fato de você ter certa liberdade de escolha o faz responsável pelos efeitos que o seu corpo sofrerá por causa de suas ações. Isso posto, é melhor tomar as decisões com consciência e responsabilidade, sabendo que o Senhor pedirá conta do uso que fizermos do nosso corpo, que é sua habitação. Eclesiastes 11.9, mostra claramente essa responsabilização com as decisões que tomarmos: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas”.
Gostaria de fazer um sério alerta: Não caia na falácia de que toda doença e problemas enfrentados são conseqüências de pecados, mesmo que alguns sejam. Se Deus assim agisse todos seríamos destruídos. Alguns problemas surgem em conseqüência do mau uso do corpo, porém, muitas vezes Deus usa problemas e doenças para tratar desvios da alma e infidelidade humana. Seja sábio e sóbrio ao enfrentar problemas físicos e situações difíceis. (Esse assunto exige um estudo próprio e não o faremos agora)
A terceira resposta que o texto nos dá é que nossa pureza, como templo, DEPENDERÁ DA CONSCIÊNCIA DE QUE SOMOS SEPARADOS PARA DEUS. Veja o que Paulo diz: “Porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado”.
Um objeto sagrado é aquele que foi separado para uso exclusivo no serviço do Senhor. O rei Belsazar (Daniel 5) teve uma experiência muito desagradável ao utilizar de forma desonrosa os utensílios que foram dedicados ao Senhor. Ele estava dando uma festa para os seus maiorais quando se lembrou dos utensílios do templo e mandou que os trouxessem. Serviu bebidas nas taças sagradas e alimentos nas bacias de purificação. Com essa atitude o rei desonrou a Deus e o resultado foi uma ação imediata de Deus. Deus escreveu na parede que o rei fora encontrado em falta e por isso perderia o trono. Na mesma noite o rei foi destronado. Não se pode brincar com as coisas que foram santificadas ao Senhor.
Nadabe e Abiú eram filhos do sacerdote Arão e o ajudavam no sacerdócio. Certo dia eles usaram fogo estranho. O resultado é que o fogo do Senhor saiu do altar e consumiu os dois sacerdotes e os matou (Levítico 10.1,2). Eles desconsideraram o fato de que as coisas de Deus são exclusivas dele.
Irmãos, a terceira resposta que o texto nos deu foi que nossa pureza como templo dependerá da consciência de que somos separados para Deus. Paulo disse que “o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado”. Já dissemos que devemos ter consciência de que somos habitação de Deus e que somos responsabilizados pelo uso do nosso corpo, e, agora, vem a explicação para tanto cuidado com o corpo: é que Deus nos separou para sermos sua propriedade para uso exclusivamente particular.
1 Pedro 2.9, diz: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Esse texto é a confirmação exata de nossa argumentação. Deus nos escolheu e nos salvou para que fôssemos sua habitação e para que fôssemos santos no uso do nosso corpo, como sua propriedade particular e exclusiva, para que proclamássemos as suas virtudes ao mundo. Fomos separados por Deus e por isso somos santos. A consciência dessa verdade nos fará mais cuidadosos com o tratamento que damos ao nosso corpo, por ser ele templo de Deus.
No capítulo 6.15, quando Paulo condena a sensualidade transviada, ele levanta uma questão muito séria ao dizer: “Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não!” 1 Coríntios 6.13, diz: “O corpo não é para a impureza”. Diante desses textos não resta dúvida de que o crente é separado para Deus e que o seu corpo não pode ser misturado às coisas do mundo e suas sujeiras, e a razão é que o Espírito Santo habita em nós e os nossos membros são membros de Cristo. Não se pode misturar o santo com o profano.
Citarei dois textos que mostram a razão do seu chamado: Efésios 1.4 – “… nos escolheu… para sermos santos e irrepreensíveis perante ele”. 1 Pedro 1.2 – “…Eleitos… para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus”. Nenhum desses textos diz que fomos chamados para andar no pecado, fazendo coisas que desagradam a Deus. Pelo contrário, diz que fomos separados para Deus para sermos os proclamadores de Sua salvação ao mundo perdido. Somente seremos bons servos se estivermos cônscios de que somos: “Somos santuário de Deus e, por isso, somos sagrados”. Nenhum pecado poderia entrar no Santo dos Santos. Esse era o local mais sagrado do templo. Era o local da habitação de Deus. O sumo sacerdote entrava lá apenas uma vez por ano, e só depois de se santificar. Esse Santo dos Santos não está mais no templo, pois o templo foi destruído por causa da impureza do povo de Deus. Hoje ele está dentro de nós e do mesmo modo não podemos deixar penetrar em nós nada que seja impuro ou pecaminoso. Deus, que é santo e habita em nós, exige a pureza de sua casa.
Para concluir, vamos relembrar os passos dados desde o princípio para chegarmos até as conclusões que chegamos.
O tema desse estudo foi: A PUREZA DO SANTUÁRIO DE DEUS. Para uma compreensão melhor fizemos a seguinte pergunta ao nosso tema: Como manter puro o santuário de Deus? O texto nos deu as seguintes respostas:
Nossa pureza, como templo…
- DEPENDERÁ DA CONSCIÊNCIA DE QUE SOMOS HABITAÇÃO DE DEUS. – “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”
- DEPENDERÁ DA CONSCIÊNCIA DE QUE SOMOS RESPONSABILIZADOS PELO USO DO NOSSO CORPO. – “Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá”.
- DEPENDERÁ DA CONSCIÊNCIA DE QUE SOMOS SEPARADOS PARA DEUS. – “Porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado”.
Em 1 João 3.3, diz: “A si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro”. Se você tem a sua esperança no Senhor, então sabe que és templo de Deus e que o Espírito Santo habita em ti. Saiba que esse privilégio traz consigo responsabilidades e, nesse caso, a responsabilidade é sermos puros. Somente desejará a pureza aquele que tem esperança no Senhor, pois aqueles que não esperam nele já sabem de sua perdição e para eles tanto faz morrer agora ou depois. A agonia eterna é a única certeza que eles têm.
A exigência quanto a pureza é clara: “Em todo tempo sejam alvas as vossas vestes” (Ec 9.8). Apocalipse 7.14,15, também mostra a necessidade de purificação pessoal como templo de Deus: “São estes os quem lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão porque se acham diante do trono de Deus e o servem”. O impuro não se achará em Sua presença.
Você é especial, pois é habitação de Deus. Viva como alguém que é especial e não imite, de forma alguma, o modo de viver daqueles que estão perdidos no mundo. Seja luz para esse mundo e sal para essa sociedade corrompida e sem gosto. Seja o sabor que falta para essa humanidade perdida.
olá, Daniel, obrigado por suas gentis palavras… cadastramos o seu e-mail para receber nossos boletins
Olá boa noite meus irmãos gostei muito dos estudos de vcs gostaria muito de receber mais desses estudos.