A REBELIÃO DOS ÓRGÃOS
Nota: Variações desta história existem desde a antiguidade clássica. Paulo emprega uma delas em 1 Coríntios 12:14-18
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Uma vez um homem sonhou que suas mãos, pés, boca e cérebro começaram todos a se rebelar contra o estômago.
– Sua lesma imprestável! – as mãos disseram – Nós trabalhamos o dia inteiro, serrando, martelando, levantando e carregando. De noite estamos cobertas de bolhas e arranhões, nossas juntas doem e ficamos cheias de sujeira. Enquanto isso, você só fica aí sentado, pegando a comida toda!
– Nós concordamos! – gritaram os pés – Pense só como nos desgastamos, andando para lá e para cá o dia inteiro. E só fica se entupindo, seu porco ganancioso, cada vez mais pesado para a gente carregar.
– Isso mesmo! – choramingou a boca – De onde você pensa que vem toda a comida que você tanto ama? Eu é que tenho que mastigar tudo; e logo que termino, você suga tudo aí para baixo, só para você. Você acha que isso é justo?
– E eu? – gritou o cérebro – Você acha que é fácil ficar aqui em cima, tendo que pensar de onde vai vir a sua próxima refeição? E ainda por cima, não ganho nada pelas minhas dores todas.
Uma por uma, as partes do corpo aderiram às reclamações contra o estômago, que não disse coisa alguma.
– Tenho uma ideia – o cérebro finalmente anunciou. – Vamos todos nos rebelar contra essa barriga preguiçosa e parar de trabalhar para ela.
– Soberba ideia! – todos os outros membros e órgãos concordam – Vamos lhe ensinar como nós somos importantes, seu porco. Assim, talvez você também acabe fazendo algum trabalho.
E todos pararam de trabalhar. As mãos se recusaram a levantar ou carregar coisas. Os pés se recusaram a andar. A boca prometeu não mastigar nem engolir nem um bocadinho. E o cérebro jurou que não teria mais nenhuma ideia brilhante. No começo, o estômago roncou um pouco, como sempre fazia quando estava com fome. Mas depois ficou quieto.
Nesse ponto, para surpresa do homem que sonhava, ele descobriu que não conseguia andar. Não conseguia segurar nada nas mãos. Não conseguia nem abrir a boca. E de repente, começou a se sentir bem doente.
O sonho pareceu durar vários dias. A cada dia que passava, o homem se sentia cada vez pior.
– É melhor que essa rebelião não dure muito – ele pensou – senão vou morrer de inanição.
Enquanto isso, mãos, pés, boca e cérebro só ficavam à toa, cada vez mais fracos. No início, se agitavam só um pouquinho, para escarnecer do estômago de vez em quando; mas pouco depois não tinham mais energia nem para isso.
Por fim, o homem ouviu uma vozinha fraca vinda da direção dos pés.
– Pode ser que estivéssemos enganados – eles diziam. – Talvez o estômago estivesse trabalhando o tempo todo, ao jeito dele.
– Estava pensando a mesma coisa – murmurou o cérebro. – É verdade que ele fica pegando a comida toda. Mas parece que ele manda a maior parte de volta para nós.
– Devemos admitir nosso erro – disse aboca. – O estômago tem tanto trabalho a fazer quanto as mãos, os pés, o cérebro e os dentes.
– Então, vamos todos voltar ao trabalho – gritaram juntos. E, nisso, o homem acordou.
Para seu alívio, descobriu que os pés estavam andando de novo. As mãos seguravam, a boca mastigava e o cérebro agora conseguia pensar com clareza. Começou a se sentir muito melhor.
– Bem, eis aí uma lição para mim – ele pensou, enquanto enchia o estômago de café e pão com manteiga, de manhã. – Ou funcionamos todos juntos, ou nada funciona mesmo.
Título: A rebelião dos órgãos
Autor: Desconhecido
Data da publicação: 03/03/2023
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A rebelião dos órgãos
Obrigado, por cada história, e reflexão, todos os dias tem me auxiliado no preparo da introdução do sermão.
” O testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos simples ” ( Sl 19.7).
” Com Deus está a sabedoria e a força” ( Jó 12.13). Ele é a fonte de toda a sabedoria ( Tg 1.5).
“Ou funciona tudo junto ou nada funciona mesmo”. Isso nos faz lembrar daquilo que a nossa Ciência chama de complexidade irredutível. É um termo que o ser humano usa para dizer que a evolução é impossível de ter ocorrido por partes e que ou o ser humano veio a existir de uma só vez ou não poderia ter evoluído para chegar onde está hoje.
O mesmo raciocínio vale para as partes do nosso corpo que é composto de membros, cada um diferente do outro. Uns são mais bonitos e outros menos feios mas todos são igualmente importantes. Isso é uma indicação de que , para o corpo funcionar, cada parte diferente da outra, cada membro, deve trabalhar em obediência à cabeça, que a tudo coordena, e em colaboração uns com os outros.
Assim deve funcionar também a Igreja. Cada membro da Igreja é importante. Cada um depende do correto funcionamento do outro para que tudo funcione bem.
Essa interdependência nos ensina a humildade pois nenhuma parte do corpo pode dizer para qualquer uma outra : ‘ não preciso de ti”. Não deve haver em nosso meio sentimentos de orgulho, independência, inveja ou superioridade. Somos todos uma sociedade cooperativa.
Deus fez tudo com sabedoria “para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros” ( 1 Co 12.25).
Que o SENHOR nos ajude a cumprirmos nossa missão.