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CADA UM NO SEU QUADRADO

Era um vez um grupo de pessoas livres, verdadeiramente livres.

Como todos os demais cidadãos deste mundo, eles também eram sujeitos às questões humanas, tais como política, segurança, educação, trabalho, saúde, doença, morte… mas, de uma maneira muito maravilhosa, eles eram absolutamente livres.

A alegria deles era tanta que muitas pessoas começaram a se unir ao grupo original.

Com o crescimento do grupo, logo surgiram pequenas divergências internas que, infelizmente, eles não souberam administrar e que se tornaram em problemas cada vez maiores.

Então alguém teve a “excelente” ideia de criar apartheids:  — Os que pensam assim, vão para aquele quadrado. Os que pensam assado, vão para aquele outro e os que pensam de outras maneiras, vão para aquele outro lá, mais distante.
E para cada apartheid se levantou um líder para cuidar daquele grupo.

Mas, nenhum grupo era capaz de satisfazer a pluralidade interna, pois, pessoas livres pensam livremente.

E estes seres livres tinham a mania de ir de um quadrado a outro, em livre trânsito, para conhecer e para rever parentes e amigos.

Porém, às vezes eles se identificavam mais com o jeito de algum outro apartheid e ficavam por lá.

Isso irritava os líderes destes grupos, que acreditavam que a quantidade de pessoas em seu quadrado era indicativo do seu sucesso como líder, então, para evitar que os seus liderados migrassem para outros grupos, os líderes escolheram pessoas facilmente manipuláveis para, de mãos dadas, fazerem uma “corrente” humana, de frente para os seus liderados, mas de costas para os demais grupos. Quem quisesse “escapar” tinha que enfrentar estas pessoas e forçar a “corrente”.

Por um tempo isso estancou a migração, mas, por outro lado, criou uma barreira para que novas pessoas se achegassem.

Depois de um tempo, o problema da migração ainda acontecia e para reduzir isso ao mínimo, os líderes começaram a ensinar que o seu quadrado era o que mais agradava a Deus. A estratégia ajudou, mas ainda não resolveu.

Os líderes, então, avançaram um pouco mais em seu discurso manipulativo e começaram a ensinar que o seu quadrado era o único aprovado por Deus e que todos os outros estavam errados e sob a condenação divina. Isso lançou medo, culpa e vergonha nos seres livres.

Neste processo de separação, cada grupo foi criando uma identidade própria por meio de roupas, músicas, comidas, bebidas e rituais.

Mesmo que tais usos e costumes não constassem no livro sagrado comum a todos os seres livres, quem quisesse ficar num determinado apartheid tinha que abaixar a cabeça e se submeter a tais absurdos e aos desmandos dos líderes, cada vez mais gananciosos.

Era um vez um grupo de pessoas livres. Era, não é mais!

 

“Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.” – Gálatas 5:1

 

Título: Cada um no seu quadrado
Autor: Pr Ronaldo Franco
Data: 05/02/2023

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Cada um no seu quadrado

1 comentário em “cada um no seu quadrado”

  1. Isso tudo é resultado de política do mundo dentro da igreja, ou seja, resultado de se fazer do seu grupo religioso, do seu ‘quadrado ou apartheid’ , uma organização muito mais política do que religiosa ou espiritual. Tratar as coisas de Deus como se fossem coisas do mundo é pecado.

    O Senhor Deus puniu a infidelidade de Israel com a dispersão física mas nós, os cristãos que temos o Espírito Santo, deveríamos ser melhores, mas o SENHOR também pune as igrejas com a dispersão espiritual.

    Nós não guardamos a “unidade do Espírito”: “esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” ( Ef 4.3).

    Se de todos os verdadeiros crentes , o Espírito Santo fez uma só entidade em Cristo, por que nós ficamos nos digladiando uns com os outros por causa de querelas pequenas? E o pior, fazemos isso diante da vista dos pagãos, dos não- convertidos, em um verdadeiro contra-testemunho pois estes certamente vão dizer: “Não vale a pena ser crente”.

    Guardar a unidade do Espírito significa , no mínimo, viver em paz uns com os outros, mesmo que hajam discordâncias de opiniões ou interpretações em determinadas passagens bíblicas. Dever-se-ia haver amor, respeito e liberdade.

    Sobre nós certamente pesa a mesma acusação do SENHOR feita a Israel: ” Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa”. Os crentes brigando entre si dão motivo para os gentios blasfemarem do nome de Cristo! Assim, em vez de mostrarmos ao mundo um evangelho da graça, mostramos um evangelho da ganância , da ambição e da busca por poder. “As mesmas coisas que tem no mundo …então para quê me tornar crente? Bobagem, fico onde estou mesmo!”

    Que o SENHOR tenha misericórdia de nós!

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