Cada um fazia o que queria (Juízes Cap. 21)
300 anos de histórias tristes

CADA UM FAZIA O QUE QUERIA
O livro de Juízes cobre um período aproximado de cerca de 300 a 350 anos da história de Israel, entre a morte de Josué (por volta de 1.370 a.C.) e o início da monarquia com Saul (por volta de 1.050 a.C.).
Como se chega a esse cálculo?
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O livro menciona os períodos de opressão e de paz sob cada juiz (por exemplo: 40 anos com Otniel, 80 anos com Eúde, 20 anos com Débora e Baraque, etc.).
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Se somarmos literalmente todos esses anos, chegamos a mais de 400 anos.
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No entanto, muitos estudiosos entendem que os períodos de alguns juízes foram paralelos em diferentes regiões de Israel, e não totalmente sucessivos.
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Assim, a linha do tempo se ajusta a algo em torno de três séculos de história.
O livro de Juízes mostra séculos de instabilidade espiritual e política, marcados por ciclos de pecado, opressão, arrependimento e libertação, preparando o caminho para a necessidade de um rei — que culminaria em Davi, e finalmente no reinado eterno de Cristo.
CADA UM FAZIA O QUE QUERIA
O versículo Juízes 21.25 é a chave que resume todo o livro: “Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos”. A ausência de governo central e de submissão à lei de Deus gerou uma espiral de crises.
Cada um fazia o que queria: Principais problemas da falta de lei e ordem em Juízes
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Idolatria constante
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O povo repetidamente se afastava do Senhor para adorar os deuses das nações vizinhas (Juízes 2:11-13; 10:6).
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Essa infidelidade espiritual trazia disciplina de Deus, opressão dos inimigos e muita instabilidade.
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Opressão inimiga e ciclos de escravidão
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Por causa do pecado, Israel foi entregue aos povos vizinhos: midianitas, filisteus, moabitas e outros.
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Esses ciclos de opressão e libertação mostram a fragilidade de um povo sem liderança espiritual firme (Juízes 3–16).
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Violência interna e guerras civis
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Sem liderança central, tribos agiam por conta própria, resultando em conflitos sangrentos.
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O clímax foi a guerra civil contra a tribo de Benjamim (Juízes 19–21), quase extinguindo uma das doze tribos de Israel.
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Corrupção moral e decadência social
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A idolatria trouxe imoralidade sexual e degradação moral, como vemos no episódio de Mica e seu ídolo (Juízes 17–18) e na história trágica do levita e sua concubina (Juízes 19).
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O povo já não distinguia o certo do errado, vivendo segundo desejos e paixões pessoais.
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Ausência de unidade nacional e espiritual
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Cada tribo buscava seus próprios interesses, sem cooperação.
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A falta de liderança central impedia a adoração unificada a Deus em torno do tabernáculo, levando a uma religião fragmentada e sincretista.
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A ausência de autoridade resultou em idolatria, opressão, violência, decadência moral e divisão entre o povo. Essa frase final de Juízes é um chamado para entendermos que somente com Deus como Rei — plenamente revelado em Cristo — é possível ter verdadeira justiça, unidade e paz.
Conexão com Cristo:
No livro de Juízes, a ausência de unidade nacional e espiritual levou Israel a um estado de caos: cada tribo cuidava apenas de seus próprios interesses, e a adoração ao Senhor se fragmentava, misturada com idolatria e práticas pagãs. O resultado foi um povo enfraquecido, vulnerável ao inimigo e incapaz de cumprir sua vocação diante das nações.
Na igreja de Cristo, a unidade é vital. Paulo ensina:
“Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos” (Efésios 4:4-6).
Assim como Israel sofria quando cada tribo seguia seu próprio caminho, a igreja também se enfraquece quando os cristãos vivem em divisão, disputas ou indiferença. Jesus mesmo orou pela unidade dos seus discípulos:
“Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em mim e eu em Ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste” (João 17:21).
Aplicação prática:
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Quando a igreja permanece unida em Cristo, ela reflete ao mundo a realidade do Reino de Deus.
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A unidade fortalece a adoração verdadeira, a missão evangelística e o cuidado mútuo.
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Assim como Israel precisava de uma liderança central justa, a igreja encontra em Cristo, o Cabeça, o centro de sua unidade e propósito.
Em resumo: A fragmentação de Israel nos dias dos juízes é um alerta. A unidade da igreja não é opcional, mas essencial para que a glória de Cristo seja conhecida no mundo.
Pr Ronaldo Franco
Data: 10/09/2025
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