A COBRA, O PÁSSARO E O BÚFALO
Há muito tempo, em uma floresta densa e exuberante, viviam uma cobra astuta, um pássaro livre e um búfalo forte. Embora fossem de espécies diferentes, os três animais eram amigos íntimos e passavam muito tempo juntos.
Certa manhã, a cobra disse aos seus amigos que havia ouvido falar de um tesouro escondido em uma caverna próxima. Ela propôs que os três fossem em busca do tesouro juntos, e dividissem o tesouro igualmente entre si.
O pássaro e o búfalo ficaram empolgados com a ideia e concordaram em seguir a cobra. O pássaro ia sobrevoando a área para vigiar e o búfalo ia esquentando os músculos para qualquer trabalho pesado que surgisse nesta aventura.
Eles caminharam por horas até que finalmente chegaram à entrada da caverna, que estava fechada por uma grande pedra.
O pássaro sobrevoou a pedra e orientou o búfalo na tarefa de removê-la com sua grande força.
Assim que se abriu uma fresta adequada, a cobra rapidamente se esgueirou para dentro, seguida pelo pássaro. O búfalo não conseguiu entrar.
Logo dentro da caverna, a cobra encontrou o tesouro brilhante e começou a separar a sua parte. O pássaro ficou impressionado com a quantidade de ouro e joias que a cobra estava separando. No entanto, à medida que a cobra continuava a separar mais e mais tesouros, ela começou a ficar gananciosa e se recusou a dividir os bens igualmente.
A cobra argumentou que, como havia sido a responsável direta por encontrarem o tesouro, ela merecia ficar com a maior parte. O pássaro e o búfalo ficaram chateados com a atitude egoísta da cobra, mas não sabiam o que fazer.
Enquanto a cobra ainda estava obcecada com sua riqueza, o pássaro e o búfalo decidiram ir embora sem ela.
Quando a cobra finalmente saiu da caverna para ver como ia levar os seus tesouros, ela ficou chocada ao ver que seus amigos haviam ido embora. Ela se sentiu triste e solitária, percebendo que sua ganância havia destruído uma bela amizade.
E, por fim, por não ter não pernas nem braços, teve que deixar tudo para traz.
Como consolo, levou uma única e miserável moedinha na boca.
Identifiquei no personagem da cobra um egoísmo e ambição desmedidos. A Bíblia condena ambos, isto é , condena tanto o egoísmo ( amor exagerado a si mesmo) como a ambição ( desejo ardente por poder, glória e bens materiais).
Nenhum servo de Deus pode ser egoísta nem ambicioso porque tais coisas destroem o ser humano, transformando o que havia de bom na pessoa em coisas ruins, fazendo-a inclinar-se para o mal, inclusive não tendo mais palavra confiável nem atitudes nobres. Assim, ela não é mais confiável tanto naquilo que fala como naquilo que faz. Essas coisas provocam ” confusão e toda espécie de cousas ruins” ( Tg 3.16).
Alguns versos contra o egoísmo: ” Ninguém busque o seu próprio interesse; e, sim , o de outrem” ( 1 Co 10. 24 ). Podemos ler mais: Sl 119 36; Pv 18.1: Mc 8.36-37.
O egoísmo é gérmen do orgulho e este é um dos pecados básicos de Satanás. Eu diria que a mentira e o orgulho ambicioso ocasionaram a queda de Lúcifer.
Já a ambição jamais fará bem a uma pessoa pois ela é maligna, nunca se satisfaz e leva as pessoas a se tornarem piores cada vez mais. Ambição é também ganância e cobiça.
Alguns versos sobre a ambição: “Pois, que aproveita o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma? ” ( Mt 16.26 ); Fp 2.3 ; Pv 10.3.
Melhor é ser humilde e ficar satisfeito com o que o SENHOR nos der. E sermos fiéis e leais aos nossos amigos! Uma boa amizade é uma dádiva divina e merece ser cultivada por toda a vida. Abandonar um amigo ou desprezá-lo por causa de supostos tesouros é abandonar um verdadeiro tesouro,a amizade, por um tesouro fugaz que jamais satisfará a alma humana.