O silêncio bíblico sobre certos temas pode gerar confusão. Descubra o que a Bíblia realmente ensina, como interpretar corretamente o que não foi dito.
Você já ouviu alguém dizer:“A Bíblia não proíbe tal coisa, então pode”?Ou então:“A Bíblia não manda fazer tal coisa, então é pecado”?
Essas frases nascem de um entendimento equivocado sobre o silêncio bíblico — quando a Bíblia não fala diretamente sobre um tema. Neste artigo, vamos compreender o que esse silêncio significa, como ele tem sido mal interpretado e qual deve ser a postura cristã diante dele.
O silêncio bíblico acontece quando um assunto não é mencionado de forma literal ou direta nas Escrituras. Exemplos comuns incluem:
Quando a Bíblia não fala diretamente, o que devemos fazer? Criar regras? Permitir tudo? Ignorar o tema?
O silêncio bíblico pode ser usado de forma incorreta tanto por libertinos quanto por legalistas:
“A Bíblia não proíbe tal coisa, então está liberado.”
“A Bíblia não manda fazer tal coisa, então está proibido.”
Essas duas conclusões são perigosas, pois ignoram a sabedoria, os princípios e o contexto mais amplo da revelação bíblica.
O caso da palavra “Trindade”: um exemplo equilibrado
Um ótimo exemplo é o termo "Trindade". A Bíblia nunca usa essa palavra, mas o conceito de Deus como Pai, Filho e Espírito Santo é ensinado claramente.
Em Gênesis 1:26, Deus diz: “Façamos o homem à nossa imagem...”
Em Mateus 3:16-17, vemos Jesus sendo batizado, o Espírito Santo descendo e o Pai falando do céu.
Em Mateus 28:19, Jesus ordena o batismo “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
Isso nos ensina que o silêncio quanto a um termo moderno não anula a verdade que a Bíblia ensina.
Portanto, não podemos usar o silêncio bíblico para negar doutrinas — nem para criar doutrinas onde a Bíblia está, de fato, calada.
Usar o silêncio bíblico para “provar” ideias pode:
Criar heresias (por exemplo, negar a Trindade);
Estimular legalismos religiosos (por exemplo, proibir algo só porque “não está na Bíblia”);
Promover liberdade sem limites, onde cada um faz o que acha certo;
Desviar o foco da cruz para regras humanas ou modismos teológicos.
Alguns estudiosos da Bíblia, ora usam o silêncio bíblico para "provar" suas teses, ora o usam para desabonar as teses de outros estudiosos, numa visível e suja manipulação.
Qual deve ser a postura de quem ama a verdade?
a) Procurar princípios, não só versículos literais: A Bíblia é rica em princípios eternos, que orientam nossas decisões mesmo quando não há um “versículo pronto”.
b) Nunca fazer doutrina do que Deus não revelou: “Não ultrapasseis o que está escrito.” (1 Coríntios 4:6)
c) Agir com sabedoria, não com teimosia: A ausência de proibição não é uma permissão automática. Paulo escreveu: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm.” (1 Coríntios 6:12)
d) Submeter tudo à cruz de Cristo: Se algo não glorifica a Cristo, não edifica o próximo e não fortalece sua fé, mesmo que não seja proibido, talvez deva ser evitado.
O silêncio bíblico não deve ser tratado como autorização irrestrita nem como proibição absoluta.
O cristão maduro aprende a discernir pelo Espírito Santo, pela "sujeição uns aos outros - Efésios 5.21", pela comunhão da igreja e pela Palavra revelada.
A fé cristã não se apoia no que Deus não disse, mas no que Ele decidiu nos mostrar com clareza em Cristo.
Você já se viu em dúvida por causa de um assunto que a Bíblia não trata diretamente? Compartilhe este artigo com alguém e reflitam juntos sobre a verdadeira base da fé cristã: a revelação de Deus em Jesus Cristo — e não os espaços de silêncio.
Título: O silêncio bíblicoPr Ronaldo FrancoData: 27/06/2025
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