JOSÉ NÃO ERA UM SONHADORGênesis 37
NOTA APOLOGÉTICA:O título desta mensagem — “José não era um sonhador” — busca corrigir um erro comum e perigoso de interpretação bíblica. Muitos foram levados à frustração espiritual por acreditarem que todo sonho pessoal é, automaticamente, um sonho de Deus (tipo: "Deus sonhando em nós"), e que, se o Senhor deu-me este sonho, Ele tem a obrigação de realizá-lo.
A Bíblia, porém, não sustenta essa ideia. Deus não sonha. Ele não dorme (Sl 121.4) e não precisa imaginar cenários futuros, pois tem poder para realizar tudo o que deseja (Jó 42.2).
Sonhe à vontade, mas esteja bem consciente que os sonhos humanos são exatamente isso: sonhos humanos. E que Deus não está comprometido com eles, exceto em casos de especiais, como foi o caso de alguns dos sonhos de José e de outros personagens bíblicos, tais como:* Jacó (Gênesis 28:12–15)* O copeiro e o padeiro do Faraó (Gênesis 40)* Faraó (Gênesis 41)* Salomão (1 Reis 3:5–15)* Nabucodonosor (Daniel 2; 4)* Daniel (Daniel 7)* José, marido de Maria (Mateus 1:20; 2:13,19–22)* Os magos do Oriente (Mateus 2:12)* A esposa de Pilatos (Mateus 27:19)
Princípio bíblico essencial: Na Escritura, sonhos de revelação:1. Não nascem do desejo humano2. Não contradizem a Palavra3. Não exaltam o ego
Sempre servem ao plano redentor de Deus: “Antigamente, falou Deus, muitas vezes e de muitas maneiras…” (Hb 1:1)
O PERIGO DA ZOMBARIAQuando os irmãos chamam José de “sonhador” (v.19), fazem isso em tom de zombaria. Repetir essa expressão sem reflexão é, de certa forma, ecoar a ironia deles.
José não era um sonhador; era um jovem sensível à revelação de Deus, que ainda não compreendia que aquilo que via NÃO ERAM SONHOS PESSOAIS, mas avisos divinos sobre eventos futuros (Gn 41.16).
Deus tinha planos de usá-lo para salvar vidas — inclusive a de sua própria família —, mas José ainda era imaturo. E, muitas vezes, o amadurecimento mais rápido vem pelo caminho do sofrimento.
DITO ISSO, VAMOS AO ESBOÇO DE SERMÃO.A grande ironia desta história é que, aquele que muitos chamam de “sonhador” viveu, na verdade, terríveis pesadelos.
RESUMO: O suposto "sonhador" viveu muitos pesadelos:1. O pesadelo da inveja dos irmãos.2. Do ódio dentro da sua própria casa.3. E o pesadelo da traição.
O texto afirma claramente: “Seus irmãos tinham inveja dele” (v.11). Jacó não escondia sua preferência por José (v.3), e a famosa túnica de várias cores funcionou como combustível para um ambiente já inflamável.
A inveja, enquanto sentimento, corrói primeiro quem a carrega: “A inveja apodrece os ossos” (Pv 14.30).
Mas, quando não tratada, ela se transforma em ódio ativo. Como um vulcão, acumula pressão até explodir em atitudes destrutivas. Para José, isso se tornou um verdadeiro pesadelo dentro da própria família.
Conexão com Cristo: Jesus também foi alvo de inveja. Os líderes religiosos o entregaram por inveja (Mt 27.18). Assim como José, Cristo não provocou o ódio; Ele apenas revelou a verdade. A inveja humana não suportou a luz divina.
Aplicação Prática:Vigie seu coração. A inveja não é um pecado “pequeno”. Se não for confessada e tratada, ela pode gerar atitudes que ferem famílias, igrejas e relacionamentos. Peça a Deus um coração grato e contente com o que Ele lhe deu.
José tinha apenas 17 anos (v.2). Sua imaturidade aparece quando expõe os erros dos irmãos ao pai e, depois, quando relata sem prudência as revelações que Deus lhe concedeu. O resultado foi devastador: “Eles já não podiam falar com ele pacificamente” (v.4).
O ódio cresceu a tal ponto que seus irmãos planejaram matá-lo (v.18–20). Nada é mais doloroso do que experimentar rejeição mortal dentro do próprio lar.
Conexão com Cristo:Jesus veio para os seus, mas os seus não o receberam (Jo 1.11). Ele conheceu a dor da rejeição familiar e social. Cristo entende profundamente o sofrimento de quem é odiado injustamente.
Aplicação Prática:Cuidado com a forma como você fala, mesmo quando tem razão. Verdade sem maturidade pode se tornar instrumento de divisão. Peça a Deus sabedoria para discernir o tempo, o modo e o coração ao falar.
O ódio evolui para a traição. José é lançado numa cova vazia, vendido por vinte moedas de prata e tratado como mercadoria. Seus irmãos ainda enganam o pai, levando Jacó a um luto profundo e prolongado (v.31–35).
Numa única ação, traíram o irmão e destruíram emocionalmente o pai. A traição sempre deixa marcas profundas.
Conexão com Cristo:Jesus também foi traído por moedas de prata. Vendido por um dos seus, suportou a injustiça em silêncio e entregou-se por amor: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15.13).
Aplicação Prática:Quando você for ferido pela traição, lembre-se: Deus continua no controle. Ele pode transformar atos perversos em instrumentos de redenção. Não permita que a amargura determine o seu futuro.
O suposto "sonhador" viveu terríveis pesadelos:1. O pesadelo da inveja dos irmãos.2. Do ódio dentro da sua própria casa.3. E o pesadelo da traição.
José não era um sonhador ingênuo em busca de realizações pessoais. Ele era um jovem sensível à voz de Deus, que passou por pesadelos reais de inveja, ódio e traição — muitos deles dentro da própria casa.
Ainda assim, a graça de Deus estava com ele. O sofrimento não o destruiu; o preparou.E a mesma graça que sustentou José é a que nos sustenta hoje.
.
Título: José não era um sonhadorAutor: Pr Ronaldo Alves FrancoSite do PastorData: 29/12/2020
Deixe seu comentário logo abaixo.
Veja também nossos Artigos
Aproveite para compartilhar clicando no botão acima!
Esta página foi gerada pelo plugin
Visite nosso site e veja todos os outros artigos disponíveis!